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Ritmos tocados nas periferias invadem festas dos centros de classe média da capital

Arquivo Geral

27/04/2016 7h00

Raquel Martins Ribeiro

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Música, dança e representatividade da cultura negra. A cada dia, festas que promovem o estilo black ganham mais destaque em Brasília. Eventos que surgiram com caráter de resistência nas perifeiras, nas décadas de 1970 e 1980, hoje, ocupam o centro da capital federal. Melanina, Makossa, Mistura Fina, Criolina e o tradicional Baile do Chocolaty provam que esse estilo conquistou de vez o brasiliense. Até o fim de 2016, ritmos como hip hop, r&b, trap, funk, jazz e soul, entre outros, vão ecoar pelos quatro cantos da cidade.

Nesta sexta à noite tem mais uma edição da Drop it Like it’s Hot, que acontece no Estádio Nacional Mané Garrincha. Na programação, Filipe Ret (RJ), Cacife Clandestino (RJ), Flying Buff (SP), Cinara (SP), Hugo Drop e Torch. Já no domingo, às 16h20, é a vez de BNegão e Water Rats invadirem o Sub Dulcina (Subsolo do Teatro Dulcina) para comemorar 1 ano da Chezz Recs.

Tradição

Com 14 anos de história a Makossa, que acontece na Galeria dos Estados (Setor Comercial Sul), pode ser considerada um dos mais tradicionais encontros para os amantes da cultura black. Idealizada por Leo Cinelli, a festa começou com a intenção de abrir espaço para os b-boys e b-girls do Distrito Federal. “A ideia original era misturar a black music com a house music, comum nos bailes norte-americanos. Tínhamos essa vontade de inserir os dançarinos de break na festa”, explica Chicco Aquino, DJ residente e um dos organizadores da Makossa.

Segundo Aquino, a cultura negra como um todo vem invadindo o estilo de vida das pessoas, na moda e principalmente musicalmente. “Tudo isso contribuiu para que os produtores entendessem a procura por eventos com essa pegada e o movimento crescesse em todo o País”, afirma.

A próxima edição da festa está marcada para o dia 4 de junho.

Popularização, sonoridade e visibilidade

Com 37 anos de carreira, DJ Chocolaty é referência quando o assunto é baile. E, para ele, a internet foi um dos fatores que ajudaram a popularizar o estilo na capital. “Muita gente não conhecia, mas hoje é moda e todos querem consumir. Isso é muito bom. Dá visibilidade para artistas negros, DJs e MCs que ficavam limitados apenas a seu público de costume”, ressalta o DJ, que também é apresentador e professor de discotecagem.

Além de discotecar na Makossa, o artista tem sua própria festa, o Baile do Chocolaty, realizado a cada dois meses no Complexo Cultural Dulcina. “Ocupamos o Dulcina há 18 anos. Antes era conhecida como A Noite do Charme e Hip Hop, depois acabamos colocando o meu nome, que é como todos já chamavam”.

Serviço

Drop It Like Its Hot –  Sexta, às 22h. No Estádio Nacional Mané Garrincha (entrada pelo Portão 2). Ingressos: R$ 50 (primeiro lote, sujeito a alteração sem aviso prévio). Informações: 9668-0061. Não recomendado para menores de 18 anos.

BNegão + Water Rats: 1 Ano de Chezz Recs! –  Domingo, às 16h20. No Sub Dulcina (Setor de Diversões Sul). Ingressos: R$ 15 (primeiro lote). Vendas on-line pelo site sympla.com.br. Não recomendado para menores de 18 anos.

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