Andréia Castro
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Premiado no Festival de Locarno, na Suíça, onde foi considerado o melhor filme, Boa Sorte, Meu Amor, do pernambucano Daniel Aragão, é o longa-metragem de ficção que será exibido hoje, durante o 45° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Filmado em preto e branco, é uma produção de época que retrata um Recife que sofre um descontrolado processo de transformação e crescimento. 
Dirceu e Maria compartilham as mesmas origens sertanejas, mas buscam coisas distintas. Questionado sobre filmar com ausência de cor, Daniel explica que tem predileção por filmes antigos em preto e branco. “Como filmo sempre no Recife, lugar onde moro, sinto a necessidade de olhar para esse lugar de uma forma diferente do cotidiano em cores. Acho instigante. E como o filme também é sobre o passado, a memória, achei que o filme certamente seria sem cor”, revela.
Sobre o prêmio suiço, o diretor conta que a premiação foi dada pelo júri jovem da mostra, composto por críticos de até 21 anos. “Fiquei muito surpreso porque Boa Sorte… é um filme com pegada cinematográfica muito intensa. Isso me deixou animado para uma possível distribuição aqui no Brasil que também atinja esse público”, adianta. Já o Festival de Brasília, segundo ele, sempre foi um sonho. “Passei meu curta, Uma Vida e Outra, em 2006, e depois não voltei mais.
Estou muito animado para os debates, já que o filme é repleto de provocações e detalhes que soam mais interessantes quando exibidos para o público brasileiro, ainda mais nesse grande festival, e nesse momento único do cinema feito em Pernambuco”, garante o cineasta.
Ele conta que entre os colegas daquele estado são todos muito amigos. “Nos ajudamos e somos sinceros um com o outro. Colocamos uma certa pressão em nós mesmos de fazer um filme sincero e pessoal a todo custo”, garante Daniel.
