Escrita há quase 350 anos pelo dramaturgo francês Molière, o espetáculo Escola de Mulheres, que fica em cartaz de hoje a domingo, na Sala Martins Penna do Teatro Nacional, une a comédia à seriedade de problemas que atravessaram séculos sem serem resolvidos.
Dirigida por Roberto Lage pela segunda vez (a primeira foi há 25 anos), a montagem, que traz o ator Oscar Magrini no elenco, trata do individualismo, da moral, do poder, da confiança, da relação entre homem e mulher, além de criticar a sociedade da época.
Com humor fino, o autor consegue divertir o espectador sem se desviar do foco principal. “Não preciso falar palavrão nem sacanagem para as pessoas se divertirem. A partir da obra inteligente e reflexiva de Molière, elas dão risada do começo ao fim”, opina Magrini, que interpreta Arnolfo, protagonista da história. Segundo ele, o texto tem “um humor ácido e bem ardiloso”.
De acordo com o ator, é possível traçar comparações entre a realidade do século 17 e a do século 21. “O que ele fala ainda acontece hoje. O homem representando supremacia e a mulher, submissão. O homem pode tudo, a mulher não pode nada”, contesta. “As pessoas escutam as falas durante o espetáculo e ficam rindo porque sabem que isso é verdade. Estamos em 2011 e ainda tem homem que pensa assim”, completa o ator.
Em sua segunda parceria com Roberto Lage (a primeira foi em Vida Privada, em 2000), Magrini aponta a importância de se fazer um papel como este. “Eu acho que o sonho de todo ator é interpretar grandes autores, grandes clássicos, como os de Shakespeare e de Molière, que é como um rei da comédia. Fiquei muito contente em fazer esse trabalho”, destaca.
Escola de Mulheres – Nesta quinta e sexta, às 21h, e domingo, às 20h. Na Sala Martins Penna do Teatro Nacional. Ingressos:R$ 60 (inteira). Informações: 3325-6239. Não recomendado para menores de 14 anos.