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Viva

No clima solidário do Natal, todos podem doar cultura para quem precisa

Arquivo Geral

02/12/2014 10h17

O que vale é a intenção, a boa ação e a democratização do acesso à cultura. Artistas, produtores ou simplesmente voluntários se propõem muitas vezes a tirar dinheiro do próprio  bolso para estimular a inclusão social e cultural de comunidades carentes, desprovidas  de arte. Com garra, força e persistência, esses incentivadores realizam projetos culturais  humanitários e não buscam retorno financeiro. O que querem é fazer o bem. 

São muitas as louváveis iniciativas solidárias na capital federal. Elas inspiram principalmente quando é chegado o fim do ano,  no Natal – um momento de confraternização e solidariedade.

Em clima natalino, o Viva listou alguns projetos que se destacam em Brasília por incentivar  o acesso à leitura, à dança, ao teatro e a todas as formas de arte. A ideia é apresentar aos  leitores algumas dessas ações e, quem sabe, inspirar novos voluntários.

Professores e artistas se unem nessa ação para o bem, para educar de forma sensível e acessível. As iniciativas e projetos  são diversos e os voluntários também.

Caminho aberto

Responsável pelo projeto Biblioteca Aberta, a pedagoga Adriana de Oliveira é um exemplo de quem busca levar para as escolas, sem nenhum recurso, o amor e a cultura. A ideia é abrir um portal, um caminho para os alunos. Uma verdadeira janela para a alma. 

“Praticar uma ação que vise formar e ajudar, sejam alunos ou sejam pessoas que precisam, é uma forma de contribuir para a formação social e pessoal. É uma realização. Devemos sempre fazer nossa parte, levar o lúdico, o amor, levar a leitura, a generosidade”, realça a pedagoga.

Literatura que viaja para longe

Comunidades ribeirinhas e indígenas que vivem sem contato com cultura e não têm acesso a livros,  teatro e arte agora ganharam uma luz. Amapaense radicado em Brasília há 15 anos, o educador Jonas Banhos criou um projeto voluntário para favorecer justamente aqueles que vivem fora dos centros urbanos. Idealizada em 2008, a Biblioteca Itinerante Infantil Barca  das Letras busca doações de livros infantis, gibis, poesias, ficções e contos. As obras são levadas  mensalmente para o interior da Amazônia, Roraima, Pará, Tocantins, e tantos outros locais isolados. A arrecadação também é mensal, sempre no último domingo do mês,  e realizada em um evento capaz de parar o Eixão Norte com a ação que inspira e chama a  atenção daqueles que passam para fazer uma caminhada na altura da 107/108 Norte. E quem organiza, não ganha por isso. Aliás, ganha o brilho nos olhos de agradecimento dos  habitantes dessas comunidades. “Fico imensamente satisfeito quando chego nas tribos e as crianças e pais agradecem.  Estamos com essa ação em específico no Eixão desde 2011. E a população de Brasília é  fantástica. Contribui mesmo. Afinal, já arrecadamos mais de 60 mil livros no decorrer desses  anos. O agradecimento fica para todos”, destaca satisfeito o idealizador Jonas Banhos. A próxima ação já tem data marcada. Será realizada no domingo,  14 de dezembro. Mas  para quem quiser contribuir sem ter que sair de casa, não tem problema. Jonas faz questão de  buscar no local. Basta entrar em contato com ele pelo telefone: 8167-1254.

Além das páginas

Em Ceilândia, Taguatinga e  Brasília, a organização R.U.A.S (antiga  Central Única das Favelas do Distrito Federal) estimula jovens a ingressarem na música, na  dança e no mercado audiovisual por meio de projetos culturais com incentivos totalmente  grátis. Livros são bem-vindos, mas os projetos vão além disso. Já são oito anos de trabalhos intensos para promover o acesso, principalmente para  aqueles que não têm verba ou se sentem desestimulados. Com as R.U.A.S, bandas da cidade e artistas da dança, como o hip hop, conseguiram se projetar e ganhar seu espaço. Os programas  são vários. Voz Ativa, Ação Periferia, Elemento e Movimento. Cada um tem sua pegada e  forma de incentivo. Coordenadora de comunicação do R.U.A.S, Cláudia Maciel destaca que  o Voz Ativa, por exemplo, conseguiu preparar mais de dez bandas que tiveram direito a aulas  de música de graça por 10 meses. O resultado final será a gravação de um clipe e, claro, a  satisfação e projeção. “Temos vários projetos. A Voz Ativa conseguiu reunir professores de canto para dar aulas de  graça para esses meninos. Eles ficam satisfeitos. Nosso propósito é exatamente esse. Levar  cultura para os desfavorecidos”, frisa. Os meninos agradecem. O jovem aprendiz Bruno Batista, de 19 anos, não imaginou que poderia  conseguir ir a frente com sua banda de MPB, a Boé. Mas foi e já vai lançar até clipe no  YouTube. “Fiquei sabendo que iam oferecer oficinas de graça. Faço questão de vir de todos os  sábados. É preciso estimular o acesso”, defende. Quem quiser entrar para o organização, contribuir e conhecer melhor os projetos basta  acessar o site: www.ruas.org.br

 Leituras nas paradas

Produtor cultural e dono do açougue mais artístico de Brasília, o T- Bone (312/313 Norte),  Luiz Amorim daria origem em 2007 a um projeto literário acessível e humanitário. O Parada  Cultural desenvolveu ao longo desses anos bibliotecas em 36 paradas de ônibus da W3 Norte.  Hoje já são mais de 200 mil livros circulando pela cidade. “Pretendemos ainda chegar na  W3 Sul. Quis fazer esse projeto pois sou usuário do transporte coletivo e sei que as paradas  reúnem milhares de pessoas por dia, muitas delas sem dinheiro para comprar um livro. Ali  qualquer um pode pegar. A devolução vai da consciência de cidadania de cada um. Mas as  pessoas de Brasília ajudam, doam livros. Fico feliz com o resultado e esperamos continuar e  ampliar”, frisa Amorim. Para contribuir com livros para o projeto basta entrar em contato pelo telefone: 3274-1665.

 Prateleiras de letrinhas

Incentivar o hábito da leitura nas redes de ensino público do Dsitrito Federal, ainda desprovidas de  materiais didáticos. Há três anos, o casal Williams Farias e Adriana de Oliveira se sensibilizou  com a falta de estímulos à literatura nas escolas. Adriana, pedagoga, e ele, marceneiro,  criaram um projeto para estimular professores, os próprios alunos e diferentes voluntários  a doarem gibis, obras de ficção e biografias. O Biblioteca Aberta surgiu e hoje atua na Escola  Classe 102 do Recanto das Emas, instituição aonde Adriana dá aula. Os frutos já foram  colhidos. Mais de 1.300 obras literárias foram doadas e, hoje, são compartilhadas pelos alunos,  que podem levar para casa para ler. A ideia agora é expandir para outros centros de  ensino que também sofram de carência das letrinhas. “Os alunos passaram a ler mais, o que  é fundamental para educação. Fizemos uma estante aberta. Fui lá e fiz questão de pintar com  eles. O resultado foi excelente. Mas sentimos que outras escolas também precisam de livros.  Estamos aqui abertos para ajudar, para colher o material de quem quiser doar. A ideia é a de incentivar a educação por meio dessa arte que é a literatura”, pontua Williams Farias. Proprietário da empresa Treco Móveis, ele ainda se dispõe a ajudar com as  estantes e com a arrecadação das obras. Quem se sensibilizar com a causa pode entrar em  contato pelo telefone: 3021-5350. Falar com Williams ou Adriana.

Site para fazer  o bem: 
Confira várias iniciativas de doações na internet: voluntarios.org.br/doacoes

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