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Mostra Daquilo que me Habita prova que qualquer espaço pode virar uma galeria

Arquivo Geral

20/04/2012 8h52

Camilla Sanches
camilla.sanches@jornaldebrasilia.com.br

divulgação

OCentro Cultural Banco do Brasil (CCBB) está de visual novo, graças às intervenções da exposição Daquilo Que Me Habita, que ocupam toda a área externa do local. Sob curadoria de Maíra Endo e Samantha Moreira e organizado pelo grupo Ateliê Aberto, a mostra tem como objetivo levar obras para fora das galerias e propiciar ao público uma nova modalidade de visitação dos espaços.

“Pensamos num projeto para sair das galerias, buscando outras possibilidades de lugar para expor”, explica Samantha. A partir deste pensamento, as duas curadoras começaram a procurar artistas com trabalhos ligados a essa ideia. Surgiram, então, os nomes de oito colaboradores: Carla Barth, de Porto Alegre; Eduardo Srur e Lia Chaia, de São Paulo; os também paulistas Igor Vidor e Guilherme Teixeira, do coletivo Cabeça Nuvem; a argentina Isabel Caccia, o Studio Public Collective, formado por nomes da Bélgica, França, Espanha e do Brasil; o curitibano Tom Lisboa e o brasiliense Matias Monteiro.

Um nono convidado é Ivan Grilo, de Campinas (SP), responsável por criar a identidade visual do projeto e site, assim como o catálogo ao final da exposição, com documentação dos trabalhos, making of, textos da curadoria, produção e montagem.

divulgaçãoTodos fizeram uma visita técnica prévia ao centro cultural e, depois desse momento, tiveram mais ou menos três meses para desenvolver suas criações. A montagem foi coletiva e levou dez dias para a conclusão. “Nosso objetivo era buscar uma exposição que modificasse o fluxo de visitação do CCBB, para que o público circulasse por lugares não usados frequentemente, desconhecidos mesmo dos visitantes”, observa a curadora.

O nome escolhido para intitular a iniciativa, segundo ela, é uma comparação com o que pode ocupar e habitar o mesmo espaço de diversas formas. “O gramado virou espaço para intervenção, assim como uma área próxima à administração do Centro Cultural, nunca antes utilizada, que virou uma galeria que não existia, com montagens nas paredes, no vidro do restaurante, nas árvores e no jardim”, lista Samantha.

Matias Monteiro, único participante de Brasília, inseriu o Museu de Arte de Brasília, o MAB, dentro do Centro Cultural Banco do Brasil, por meio de uma placa. “Nós que somos da cidade, temos uma relação afetiva com aquele espaço e me senti na obrigação de pensar uma relação entre o CCBB e ele, que está fechado há muito tempo e dispõe de um acervo tão importante”, conta o artista.

“A placa traz essa ideia de vocação, além de ser um elemento que indica e significa”, comenta ele. A usada no projeto é idêntica a do museu e, segundo o artista, vem criando algumas confusões entre os turistas. “O CCBB tem assumido o papel que o MAB já teve um dia. Foi uma ideia para, justamente, chamar a atenção para as ausências. Todos os governos que passaram não deram importância a ele, o que é lamentável”, considera.

Monteiro acredita que sua obra represente mais que um questionamento político, uma demonstração da relação de afeto com o espaço que tem se perdido. A exposição foi feita especialmente para Brasília e para o espaço do CCBB. Por essa razão, ela não é itinerante. As obras são específicas. “Os trabalhos deixam de existir com o fim do projeto”, observa a curadora Samantha Moreira. A visitação continua até o dia 13 de maio e tem entrada franca.

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