O proprietário da já fechada galeria de arte Salander-O’Reilly, em Nova York, foi condenado ontem pelo roubo de US$ 120 milhões com a venda de obras de vários artistas, entre eles o pintor Robert De Niro, Sr., pai do famoso ator americano Robert de Niro.
Em março, Lawrence Salander assumiu a culpa por 30 crimes de furto e falsificação de documentos cometidos entre 2004 e 2007, anos nos quais vendeu quadros a preços superiores aos acordados com os autores sem depois remunerá-los corretamente.
Salander, que pode pegar até 18 anos de prisão, também terá que devolver os US$ 120 milhões roubados de suas 30 vítimas, segundo a sentença judicial.
O marchand chegou inclusive a comercializar obras que sequer lhe pertenciam, combinou falsas transações por antecipação e até fragmentou o pagamento das vendas de modo que o comprador chegava a adquirir mais de 100% da obra.
Salander foi detido e acusado de roubo em julho de 2009 por ter ficado ilicitamente com US$ 5 milhões provenientes da venda de obras de vários artistas.
Quatro meses antes, tinha sido acusado de roubar US$ 88 milhões do Bank of America, assim como de vários investidores e clientes, entre eles o ex-tenista americano John McEnroe.
Segundo a Justiça americana, Salender pediu um empréstimo de US$ 2 milhões ao banco que teve como garantia obras de arte que não possuía, já que pertenciam a McEnroe, entre outros.
A investigação revelou que a Salender-O’Reilly passou a ser a representante exclusiva do pintor expressionista Robert de Niro, Sr. (1922-1993) em 1994.
Entre 1994 e 2008, a galeria vendeu trabalhos de De Niro, Sr. sem informar sobre o verdadeiro volume das vendas e sem pagar pela maioria delas, aponta a Justiça.
Em 2007, o ator Robert de Niro processou a galeria por vender sem autorização 12 quadros de seu pai para uma galeria italiana para saldar uma dívida.