Aos 85 anos, a cantora e apresentadora Inezita barroso é incansável na luta para preservar a genuína cultura caipira. Uma de suas armas é o programa Viola, Minha Viola, que apresenta há 30 anos, sempre aos domingos, às 9h na TV Cultura.
Não desanima ver o atual cenário da música brasileira, com as duplas sertanejas fazendo tanto sucesso? Até quando lutar?
Inezita – Até morrer. Se eu morrer no palco, com a viola no colo, estou feliz. Essas duplas ganham muito mais do que a gente, mas eu não sou ambiciosa. Não quero dinheiro, quero ver a viola triunfar antes de eu morrer. Nunca ganhei bem, vou sair do jeito que entrei.
E por que continuar com essa luta pelo caipira?
Inezita – Porque tem muito valor, muita poesia, diferente da pobreza que a gente vê hoje na música.
E o programa? Já são 30 anos sem sair do ar. Você chegou a receber convites de outras emissoras? Até quando vai seu contrato com a TV Cultura?
Inezita – Já recebi muitos convites de outras emissoras. Existem coisas no meu programa que precisam ser mudadas, como o cenário, por exemplo. Eles não vão arriscar e me mandar embora. Ficar rica depois de velha é chato, eu não quero.