Por Gabriel Sá, Marina Bártholo e Naiara Leão
Depois de mais de uma hora de atraso compensados por 2h30 de apresentação, a banda Guns N’ Roses abriu sua nova turnê, Chinese Democracy, no Ginásio Nilson Nelson. Cerca de 13 mil pessoas compareceram ao local para saudar o grupo e curtir o som de uma das bandas mais influentes do hard rock. Durante a apresentação, os fãs se empolgaram com a presença dos ídolos.
“Há tempos Brasília não recebia um show tão bom assim. Eu estou arrepiada com essa energia. Muita gente critica a banda por não ser mais a original, mas quem entende de rock sabe que esses músicos são muito bons”, defendeu a publicitária Marcela Barcellos, na saída.
Para aquecer o público, que às 20h30 ocupava boa parte do ginásio, a banda brasiliense de metal melódico Khallice tocou por meia hora. “Ser convidado para abrir o show de um dos maiores ídolos do rock mundial foi uma honra”, disse Marcelo Babosa, guitarrista da banda.
Às 21h30, foi a vez de outro ícone do hard rock, Sebastian Bach, subir ao palco para a abertura oficial da apresentação. “Esperei 25 anos para estar aqui. A capital do Brasil, hoje, é a capital do rock”, sentenciou o vocalista. Diferente de Axl, Sebastian conversou com o público durante toda a quase 1h30 de show e falou várias frases em português.
Concentração
Apesar de ter começado cedo e encerrado mais de seis horas depois, alguns fãs chegaram ao local na noite anterior para garantir um lugar mais perto do Guns. Houve também quem chegasse mais cedo em busca de um ingresso mais barato. O estudante Juan Sebastian e outros sete amigos estavam na porta do evento desde às 18h tentando encontrar entradas mais baratas. “Os preços estão muito altos. Acho que não compensa, até porque não é mais o Guns N’ Roses, é só o Rose”, disse, referindo-se à formação atual do grupo, que conta com apenas Axl Rose dos membros originais.
Enquanto alguns fãs economizaram, outros não se preocuparam em gastar com os ídolos. Muitos vestiam camisetas oficiais vendidas no local por R$ 70. Em contrapartida, houve quem optasse por camisetas comuns, a R$ 30, comercializadas pelos ambulantes do lado de fora do ginásio. Bárbara de Castro, 25, resolveu comprar a mais cara. Fã da banda, ela acredita que, mesmo pagando mais, teria um produto melhor e mais bonito. “Além disso, é uma recordação para toda a vida”.
Não houve problemas com filas, trânsito ou brigas, mas ocorreram alguns furtos dentro e fora do Nilson Nelson. Segundo o Capitão Seixas, da Polícia Militar, responsável pelas operações de segurança do evento, as ocorrências mais comuns foram o sumiço de carteiras e celulares.
A acessibilidade para cadeirantes ficou comprometida por falta de estrutura. Um deles, o comerciante Marcondes Batista, precisou esperar que removessem uma grade para que ele pudesse passar. Em seguida, teve que solicitar e aguardar a liberação da produção para que chegasse ao show sem passar pelas escadas.
Na entrada da pista, setor o qual havia comprado,
Marcondes percebeu que não conseguiria enxergar o show. “Vi em um site que o evento teria acessibilidade, com rampas e banheiros químicos adaptados, mas não foi o que encontrei aqui”, disse. “Infelizmente esse é o esquema, é sempre o cadeirante que tem que se arriscar e se adapatar ao evento, não o contrário”, reclamou o contador Rayan Suad, amigo que acompanhava Marcondes.
Depois de procurarem várias vezes a produção e até ensaiarem alguns bate-bocas, Marcondes e Suad foram levados ao camarote, onde puderam enxergar o que se passava no palco. Lá estavam mais três, que passaram pelos mesmos problemas.