O secretário Anticorrupção do Equador, patient Alfredo Vera, apresentou denúncias em diferentes procuradorias do país sobre supostos atos de corrupção de que acusa autoridades equatorianas junto com a empresa brasileira Odebrecht na outorga de vários projetos.
Vera disse hoje em entrevista coletiva que a Odebrecht fez uma “festa” com a assinatura dos contratos das hidroelétricas San Francisco, Toachi Pilatón, Carrizal-Chone e Baba e do aeroporto do Tena.
Ele disse à Agência Efe que a investigação incluirá os diretores da Odebrecht, embora tenha lamentado que eles tenham deixado o país, apesar das medidas adotadas pelo Governo para que não o fizessem.
“Pelo que eu sei nenhum (dos diretores) está aqui. O que eles podem fazer é conseguir advogados, desses que estavam convidados ao grande baile” de contratos, declarou.
Vera declarou também que “a justiça (do Equador) tem que verificar o grau de responsabilidade dos equatorianos que tornaram possível que estes assaltos prejudicassem o Estado equatoriano”.
O secretário afirmou que em cada um dos acordos assinados há “irregularidades” e explicou firmado para a construção da hidroelétrica San Francisco, na região andina do Equador, foi de US$ 286 milhões e “terminou em quase US$ 600 milhões”.
“Mas acabou a festa, isso é o que lhes diz o presidente (Rafael Correa). E não vão tirar mais dinheiro como tiraram em San Francisco”, acrescentou.
Dos outros três contratos da Odebrecht no Equador, o de Carrizal-Chone, na província litorânea de Manabí e que estava avaliado inicialmente em US$ 104 milhões, foi reduzido para US$ 84 milhões após conversas com o Governo.
No entanto, o secretário declarou que a empresa brasileira “enganou o presidente”, pois com a diminuição do preço também se reduziu a magnitude do projeto sem advertir ao chefe de Estado.
Além disso, ele afirmou que o projeto Baba teve um aumento “sem justificativa técnica de US$ 104 milhões”.
Sobre Toachi Pilatón, Vera teme que aconteça o mesmo ocorrido com San Francisco, pois, segundo ele, estão sendo utilizados os mesmos mecanismos para sua construção e fiscalização.
Após a Odebrecht ser expulsa do Equador, as construções pendentes serão executadas agora por empresas estatais.