A exposição Daquilo Que Me Habita traz oito intervenções que vão ocupar, durante quase dois meses, de 24 de março a 13 de maio, as áreas externas do CCBB Brasília. Neste espaço ampliado ao fluxo das pessoas e informações que circulam no CCBB, os artistas foram convidados a pensar macro relações, os ciclos sustentáveis, os ciclos imperfeitos, as formas de convivência, a afetividade, o habitar no sentido mais amplo, o corpo e suas interfaces com o mundo.
Entender as demandas para a sustentabilidade é entender as necessidades do dia-a-dia, do habitar o mundo, vê-lo todo conectado, tudo relacionado-corpo/espaço, corpo/cidade, corpo/natureza, corpo/universo, corpo/corpo. Trabalhar o site specific como campo de investigação, comunicação e mudança aproxima o público em processos imaginativos e emocionais.
O projeto, idealizado e produzido pelo Ateliê Aberto e com curadoria de Maíra Endo e Samantha Moreira, busca atuar nos espaços não usuais do CCBB Brasília: fora das galerias e dos espaços específicos para a montagem de exposições. Propõe a criação de novas possibilidades arquitetônicas, entre fluxos, dando continuidade a uma leitura de conhecimento e reconhecimento.
A exposição se modifica a partir do trajeto realizado pelo espectador, assim como andar e reconhecer uma cidade, um lugar. A experiência se dá pela sequência de percepções.
Um nono artista foi convidado a criar a identidade visual do projeto e site, assim como o catálogo ao final da exposição,com documentação dos trabalhos, making of, textos da curadoria, produção e montagem, além de textos de cada artista.
Workshops E Ação Educativa
Os oito artistas participantes oferecerão workshops abertos ao público interessado (crianças, jovens e adultos). Todos eles participaram da elaboração da ação educativa e seu material por meio de uma prática orientada para processos participativos e vivenciais. Cada intervenção e possíveis propostas foram apresentadas pelos próprios artistas à equipe de monitores em um processo colaborativo. Os workshops acontecerão no CCBB Brasília e em outros espaços da cidade, entre os dias 20 e 24 de março.

Programação:
Tom Lisboa
As polaróides (in) visíveis e o descondicionamento do olhar
No projeto de intervenção urbana polaróides (in) visíveis, de Tom Lisboa, as polaróides são feitas sem câmera. Confeccionadas em papel sulfite amarelo, elas trazem, no lugar da imagem, um texto com instruções sobre o que deve ser visto. De forma lúdica, o leitor/espectador embarca numa espécie de jogo em que é preciso explorar visualmente o espaço ao redor para encontrar a imagem da polaróide.
Local: VIS/UnB
Data/horário: 20 de março | das 8h30 às 12h30
Público alvo: interessados acima de 18 anos
Vagas: 25
Isabel Caccia
Eco de Prana
Eco de Prana é um espaço onde se encontram as periferias de Miramar (Buenos Aires), cuja construção colaborativa se faz durante a convivência criativa. No workshop, Isabel gera uma situação similar onde a convivência estabelecida durante 4 horas seja o espaço construtivo de uma obra coletiva. Propõe-se refletir/atuar sobre uma existência integral em liberdade, enriquecer a obra individual com novos sentidos, potencializar a imaginação e ativar processos criativos.
Local: VIS/UnB
Data/horário: 20 de março | das 14h às 18h
Público alvo: artistas e interessados com mais de 18 anos
Vagas: 15
Matias Monteiro
Por uma estética museal
O museu, para além de um fenômeno histórico e social, constitui também um fenômeno estético moderno. Nesse encontro o artista propõe uma reflexão conceitual que examine o museu não apenas como instituição política e educativa, mas também como um exercício poético e afetivo do olhar.
Local: VIS/UnB
Data/horário: 21 de março | das 8h30 às 12h30
Público alvo: maiores de 18 anos
Vagas: 25
Studio Public
Block Party
Peças encaixáveis e empilháveis trazendo imagens de elementos arquitetônicos de Brasília e subúrbios convidam os participantes a atuarem como urbanistas construindo cidades-modelo. O workshop oferecido por Julie Guiches, Benoit Lorent e Marise Cardoso busca reconhecer locais e elementos arquitetônicos, imaginar construções utópicas ou realistas, trazer o verde e construir pequenas vilas ou estruturar metrópoles e grandes torres. Um mapa da cidade de Brasília será usado como base para esta simulação.
Local: CCBB Brasília
Data/horário: 21 de março | das 14 às 18h
Público alvo: crianças e adultos
Vagas: 20
Carla Barth
Práticas artísticas – Exercícios a partir dos jogos históricos surrealistas
A artista retoma os jogos coletivos criados pelo movimento surrealista francês de 1925, que tem como base o trabalho em grupo, a espontaneidade, o lúdico e o intuitivo. Propõe trabalhar na linha do desenho com recorte e fotocópias em duas etapas: a primeira coletiva (rompendo a autoria) e a segunda individual (buscando a autoria). Haverá ainda uma breve explanação do contexto histórico no qual foram criadas essas práticas para entender o espírito da época.
Local: VIS/UnB
Data/horário: 22 de março | das 14h às 18h
Público alvo: artistas e professores da área de humanas
Vagas: 15
LIA CHAIA
Instalação
Aborda questões relacionadas à instalação, de modo a caracterizar uma das principais linguagens da arte contemporânea. Serão analisadas as possibilidades da concepção e realização que fundamentam a instalação, considerando um único fluxo que vai do corpo passando pela paisagem até a arquitetura. Pretende propiciar o entendimento do significado da instalação, nos seus aspectos históricos e teóricos. Paralelamente, incentiva a prática, com a produção da maquete de um provável projeto de instalação.
Local: VIS/UnB
Data/horário: 22 de março | das 18h30 às 22h30
Público alvo: artistas e professores da área de humanas
Vagas: 15
Eduardo Srur
Caiaque
Deslocamento do grupo interessado para o píer dos pescadores, na Asa Norte da cidade. Os participantes farão um passeio de caiaque no lago Paranoá com duração de 1h e haverá uma conversa com o artista
no píer. O objetivo será promover uma mudança de olhar no espectador em
relação à paisagem urbana e construir uma experiência vivencial no grupo com elementos – caiaques, água, natureza -, que fazem parte da poética criativa de Srur. O artista vê a mesma coisa de outra forma.
Local: Píer dos pescadores (calçadão da Asa Norte, final da L2)
Data/horário: 23 de março | das 16h às 20h
Público alvo: interessados
Vagas: 05
Cabeça Nuvem
Reflexão em torno do Play (Rouba Bandeira)
Os artistas Igor Vidor e Guilherme Teixeira apresentam pesquisa e reflexão sobre o termo Play (jogar, brincar, tocar, interpretar), junto com ações poéticas no próprio espaço do trabalho montado no CCBB. O segundo momento da ação consiste em um grande jogo/brincadeira, o Rouba Bandeira.
Local: CCBB Brasília
Data/horário: 24 de março | das 14h às 18h
Público alvo: A partir de 18 anos, professores de arte, pedagogia e universitários
Vagas: 60