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Cinema

Entenda por que greve dos roteiristas deve ser mais branda do que da última vez

Apesar disso, os efeitos da paralisação devem ser menores do que os registrados entre 2007 e 2008

FolhaPress

03/05/2023 11h37

Foto: Frederic J. BROWN / AFP

São Paulo – SP

Milhares de roteiristas de cinema e televisão entraram em greve na terça-feira (2), lançando Hollywood em turbulência enquanto o setor de entretenimento enfrenta mudanças desencadeadas pelo boom global do streaming.

Apesar disso, os efeitos da paralisação devem ser menores do que os registrados entre 2007 e 2008, quando uma greve interrompeu ao menos dez séries de grande porte e causou uma crise que levou anos para ser devidamente estancada.

Com o advento do streaming e a produção de obras exclusivas para o digital, muitos estúdios pretendem cobrir os vácuos dos trabalhos paralisados. A Warner talvez seja a que mais sofra, uma vez que seu CEO, David Zaslav, congelou as principais produções para seu serviço de streaming, Max, o antigo HBO Max.

Segundo Ted Sarandos, um dos diretores da Netflix, a plataforma tem um material robusto para ser lançado ao longo de todo o ano e produções prontas ao redor do mundo, o que diminuiria o impacto da greve ao menos no streaming.

O cenário é parecido no cinema. Na programação de 2023, a maioria dos estúdios já tem lançamentos previstos para este ano que estão finalizados e outros que já estão em processo de pré-produção com roteiros finalizados.

Para 2024, os filmes considerados carro-chefe dos estúdios já estão em pós-produção, como “Avatar 3” e “Wicked”.

O que deve ditar a escala do prejuízo é o tempo. Caso ultrapasse cinco meses, como em 1988, o maior período de paralisação dos roteiristas americanos, a situação se torna caso de preocupação na indústria.

O Sindicato de Roteiristas dos Estados Unidos -WGA, na sigla em inglês- convocou sua primeira paralisação em 15 anos após não conseguir chegar a um acordo com estúdios como a Disney e a Netflix. A última greve durou cem dias e custou à economia da Califórnia mais de US$ 2 bilhões.

“O comportamento das empresas criou economia de bicos dentro da força de trabalho sindicalizada e sua postura inamovível nesta negociação demonstrou o compromisso de desvalorizar ainda mais a profissão de escritor”, diz o WGA, que representa cerca de 11,5 mil roteiristas.

A Organização de Produtores de Cinema e Televisão, a AMPTP, que representa os estúdios, disse, na noite de segunda (1), que ofereceu “aumentos generosos na compensação” aos roteiristas, mas os dois lados não conseguiram chegar a um acordo.

Até que os conflitos sejam resolvidos, parte da programação da TV será interrompida. Programas noturnos como Jimmy Kimmel Live e The Tonight Show with Jimmy Fallon, que usam equipes de roteiristas para escrever piadas, devem interromper imediatamente a produção.

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