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CCBB traz filmes produzidos em período sombrio do cinema brasileiro

Arquivo Geral

02/03/2010 7h32

Tiago Padilha

Começa nesta terça-feira (2), a mostra Órfãos da Embracine, no Centro Cultural Banco do Brasil. A seleção traz filmes que foram realizados mesmo com a crise que acometeu o cinema nacional entre 1990 e 1994, com o fim da Embracine, órgão estatal de apoio ao audiovisual que foi extinto no governo Collor.

Na opinião do ensaísta e professor Ismail Xavier, a morte da Embrafilme foi o golpe de minerva. “A segunda metade da década de 80 já é um período de declínio da produção e da presença do cinema brasileiro junto ao público”, afirmou à reportagem do Jornal de Brasília. “Então, quando Collor extingue a Embrafilme, é como se aplicasse uma dose que mata o paciente em vez de curá-lo. O governo não matou um paciente no pleno vigor de sua atividade. O sistema já não estava bem.”

O curado da mostra, Cléber Eduardo, concorda que a empresa estatal “vinha numa certa decadência”. Mesmo assim, o baque foi forte: “O que acabou foi toda uma movimentação cinematográfica no país. Acabou-se com serviços, laboratórios, equipamentos, isso tudo se encaminhou para a publicidade.” Para dar a dimensão do “buraco que se abriu”, o curador cita estatísticas. “Olha só: o total de ingressos vendidos para os filmes brasileiros em 1989 foi de 20 milhões, 18% do total vendido no País naquele ano. E esses números foram conseguidos com 17 lançamentos. Aí a gente tem, em 92, que é o pior ano desse momento, um total de 36 mil ingressos vendidos para filmes brasileiros, o que significa 0,05% do total vendido no País, com apenas três lançamentos.”

Alguns realizadores até pensaram em desistir. “Para reconstruir um pouco aquela atmosfera cinzenta, há dois episódios muito marcantes. Por exemplo, um é o Reichenbach, antes de fazer o Alma Corsária, anunciar que estava se aposentando, que ia sair do cinema e se dedicar apenas à música”, relata Eduardo. “Mais ou menos no mesmo período, a gente tem o (também diretor) Walter Lima Jr. publicando um anúncio num jornal pedindo emprego como cineasta, num gesto que tinha caráter de denúncia. Então, são talvez os quatro anos mais desastrosos da história do cinema brasileiro”.

 Xavier diz que as propostas artísticas nascentes tiveram que ser interrompidas. “O ciclo iniciado lá no cinema novo, com todos os desdobramentos, se esgota no início dos anos 80”, explica. O marco final do período seria o documentário Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho. “De 1985 para frente, começava uma transição, surgiam tendência novas, que foram abortadas, ficaram truncadas pela crise de 90.”

Leia a matéria completa na edição desta terça-feira (2) do Jornal de Brasília

 

PROGRAMAÇÃO

Terça

15h30 – Manobra Radical

18h30 – Matou a Família e Foi ao Cinema

20h30 – Debate com os cineastas Neville d’Almeida e Elisa Tolomelli e o crítico de cinema Pedro Butcher – mediação do curador Cléber Eduardo

 

Quarta

15h30 – O Escorpião Escarlate

18h30 – A Maldição do Sanpaku

20h30 – Capitalismo Selvagem
 

Quinta

15h30 – Oceano Atlantis

18h30 – Stelinha

20h30 – Louco por cinema

 

Sexta

15h30 – Perfume de Gardênia

18h30 – Rádio Auriverde

20h30 – Alma Corsária

 

Sábado

15h30 – Vai Trabalhar Vagabundo II

18h30 – Veja Esta Canção

20h30 – A Terceira Margem do Rio

 

Domingo

15h30 – Boca de Ouro

18h30 – A Rota do Brilho

20h30 – Barrela

Dia 9/3, terça

15h30– Barrela

18h30 – Boca de Ouro

20h30 – O Vigilante

 

Dia 10/3, quarta

15h30 – A Terceira Margem do Rio

18h30 – Veja Esta Canção

20h30– Vai Trabalhar Vagabundo II

 

Dia 11/3, quinta

15h30 – Alma Corsária

18h30 – Rádio Auriverde

20h30 – Perfume de Gardênia

 

Dia 12/3, sexta

15h30 – Louco por cinema

18h30 – Oceano Atlantis

20h30 – Stelinha
 

Dia 13/3, sábado

15h30 – Capitalismo Selvagem

18h30 – A Maldição do Sanpaku

20h30 – O Escorpião Escarlate

 

Dia 14/3, domingo

15h30 – A Rota do Brilho

18h30 – Matou a Família e Foi ao Cinema

20h30 – Manobra Radical

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