Que Brasília é a união de diversas regionalidades, isso ninguém duvida. Para provar que a soma de identidades resultou em gloriosas misturas, eis que surgem virtuosos frutos para encher a cidade de orgulho. Depois do rock – diga-se de passagem, o melhor representante no cenário nacional –; da explosão do sertanejo universitário; e do samba, que tanto alegra os brasilienses; a capital vivencia agora uma época de prêmios e doces acordes. É a vez da viola caipira, que tem desfilado talentos locais com louvor.
Brasília é celeiro de três vencedores na última edição do Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira. A premiação age no mapeamento da atuação da moda de viola nas mais diversas regiões do País.
Um dos vencedores é Claudivan Santiago, que mora na cidade há dez anos. O músico se apresenta nesta quinta, às 20h, no Fulô do Sertão.
Tião Carreiro
Um dos vencedores é o jovem violeiro Fábio Miranda, radicado na capital desde pequeno. O músico, que vem conquistando cada vez mais fãs com sua viola, toca o instrumento desde a adolescência, época em que foi apresentado ao mundo caipira. “Peguei carona com um caminhoneiro em uma viagem e, ao ouvir Tião Carreiro na rádio, fiquei encantado”, explica.
O tempo passou e agora o artista revela ao público seu jeito particular de usar a viola caipira com o lançamento do disco Caravana Solidão, primeiro de sua carreira. “Cada vez mais, Brasília tem representado a viola. Ainda falta reconhecimento, mas aqui surgem grandes talentos do gênero”, acredita o instrumentista.
Reconhecimento
O músico conquistou o título de Melhor Letrista no Prêmio Rozini, que contempla sua parceria com Adalberto Rabelo Filho na concepção das letras do seu álbum. “Estou muito feliz. Este prêmio reúne diversas categorias da produção de viola, além de muitos músicos. Recebi o troféu por nós dois”, orgulha-se Fábio.
Talento candango é consagrado
A dupla brasiliense Kleuton & Karen foi contemplada como Melhor Dupla no Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira. “É uma grande emoção. Este é um dos maiores prêmios do gênero”, comemora Karen. Em 2011, a dupla recebeu o mesmo prêmio, mas na categoria dupla revelação. “Nos alegra saber que Brasília é um cenário crescente de talentos”, diz a artista.
Em 2013, os dois também marcaram presença no 24º Prêmio da Música Brasileira, concorrendo como Melhor Dupla Regional. “É nossa segunda indicação consecutiva na premiação”, conta Karen.
Melhor álbum
Já o violeiro Claudivan Santiago levou para casa o título de Melhor Álbum Instrumental, com o CD Viola Pura Viola. “Ganhar o (Prêmio) Rozini foi uma das maiores surpresas da minha vida. Fiz o disco em estúdio, com a ajuda de amigos. É um álbum simples”, explica Claudivan.
O músico conta que a cidade é especial justamente por reunir pessoas de diversos cantos do País. “Brasília é referência cultural. Não vim parar aqui por acaso. E, apesar das dificuldades, estou tentando inovar. Toco viola tradicional, mas sempre com outras influências”, finaliza.
