Camilla Sanches
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A magia do Cirque du Soleil volta a Brasília . Depois de passar por três capitais brasileiras, a trupe franco-canadense chega à cidade com o espetáculo Varekai, a mais recente criação da companhia. “A receptividade no Brasil até agora tem sido um êxito”, considera a relações públicas da produção, Cynthia Clemente. “Fizemos 96 apresentações em São Paulo – primeiro estado a receber a peça. Todas lotadas. Só no Rio de Janeiro recebemos um público de 110 mil”, calcula.
Criado e dirigido por Dominic Champagne, Varekai é uma floresta mágica localizada no cume de um vulcão. O espetáculo faz uma homenagem ao povo circense, nômade por natureza, que viaja por terras desconhecidas para levar graça e fantasia às plateias mais distintas. Na língua cigana, a palavra significa “onde quer que seja”. No palco, os 57 artistas envolvidos na coreografia se desdobram para passar essa mensagem por meio da história de Ícaro, o mito grego que tentava fugir de sua terra.
Só que no espetáculo, ao tentar voar em direção ao sol e ter as asas queimadas, o personagem cai numa terra desconhecida, onde as coisas mais improváveis podem acontecer: Varekai. É um lugar mágico. Só existe quando todas as criaturas que vivem nele estão juntas. “Uma alusão à vida cigana”. As criaturas coloridas e surreais que habitam a floresta não são humanas nem animais. São seres fantásticos que Ícaro e o público vão conhecer, enquanto ele se recupera da queda. Ele vai se apaixonar e reaprender a caminhar, numa analogia ao aprendizado diário do viver, acompanhado de criaturas diferentes de tudo que ele já viu.
No lançamento do espetáculo, em junho passado, em São Paulo, o diretor artístico Mathieu Gatien ressaltou que os números aéreos predominam. “Tem esse espírito de força e energia por meio de acrobacias”, disse. Para executar as coreografias são necessários 57 artistas, de 23 nacionalidades, entre eles dois brasileiros. O carioca Rafael Botelho participa de um solo com muletas e a paulista Michele Ramos está no ato do trapézio triplo.
Apesar de inédito no País, o diretor disse que a produção parecia estar de volta para casa. “Exatamente pelo espírito festeiro do brasileiro, que condiz com o espetáculo”, disse. Substituído durante a turnê pela diretora artística KM Doyle, Gatien retornou aos trabalhos em Montreal, onde a companhia mantém sua sede, para se dedicar ao próximo espetáculo, Amaluna. “Está em fase de criação. Será uma montagem para tenda e tem previsão de estreia para setembro, no Canadá”, antecipa Cynthia Clemente.