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Uruguai, onde o futebol é uma religião, comemora seu primeiro Mundial Sub-20

Ninguém escondia a alegria nesta noite no Uruguai, após a seleção juvenil vencer a Itália por 1 a 0 na final disputada na Argentina

Redação Jornal de Brasília

12/06/2023 5h28

“Uruguai campeão!”, gritaram dezenas de milhares de pessoas que foram às ruas da capital uruguaia neste domingo para comemorar o primeiro título do país em um Mundial Sub-20.

Ninguém escondia a alegria nesta noite no Uruguai, após a seleção juvenil vencer a Itália por 1 a 0 na final disputada em La Plata, na Argentina.

“É incrível, é a primeira vez na minha vida que vivo isso… sempre com os uruguaios lutando e hoje conseguimos”, disse à AFP Lorena Pereira, de 43 anos, dona de casa que mandou pintar a bandeira de seu país no rosto e abraçava o marido em meio às lágrimas.

“Ela vai se lembrar disso por toda a vida”, acrescentou sobre sua filha Paula, de 10 anos, que assistia com um enorme sorriso a festa na Avenida 18 de Julho, no centro da cidade, onde um telão transmitiu o jogo em frente ao palácio municipal, um local clássico de concentrações populares.

Envoltas em bandeiras uruguaias, com lenços, gorros e camisetas azul claro, e inclusive com seus animais de estimação, famílias inteiras enfrentaram o frio de 8°C de uma noite quase invernal para comemorar o triunfo dos jogadores comandados pelo técnico Marcelo Broli.

Nas caravanas de carros, entre buzinas e vuvuzelas, também se ouviam os gritos de “Uruguay nomá!” e “Dale campeón!” (dá-lhe campeão).

“É uma grande alegria para todo o futebol uruguaio”, disse Diago Lima, de 20 anos, estudante e jogador de futebol de Rocha, cidade a cerca de 210 quilômetros de Montevidéu.

“Ver os rapazes realizando o sonho de todo menino é algo incrível. Adoraria estar lá com eles!”, completou, muito emocionado.

O Uruguai, cuja seleção principal conquistou as Copas do Mundo de 1930 e 1950 (além dos torneios olímpicos de futebol de 1924 e 1928), nunca havia vencido um Mundial Sub-20.

Mas conseguiu na terceira tentativa, após chegar às finais do Mundial da Malásia-1997 (perdeu por 2 a 1 para a Argentina) e da Turquia-2013 (perdeu nos pênaltis para a França após um empate sem gols).

O confronto com a Itália foi especial para muitos no Uruguai, país com forte imigração europeia e onde 4% da população de 3,5 milhões de habitantes também possui cidadania italiana.

Nas próprias categorias de base dos azul-celeste, o técnico Marcelo Broli e cinco dos 21 jogadores convocados têm sobrenomes de origem italiana.

“Nesse coração compartilhado que Uruguai e Itália têm, primeiro veio a alegria desta final. Foi um jogo bonito, emocionante, disputado, o Uruguai é um vencedor merecido”, disse à AFP Lamorte, ítalo-uruguaio que é membro do Parlamento do Uruguai e membro do Conselho Geral de Italianos no Exterior (CGIE), cargo eletivo da Itália.

A Associação Uruguaia de Futebol (AUF) planeja homenagear a seleção juvenil na quarta-feira no Estádio Centenário, antes da partida em que a seleção principal enfrentará a Nicarágua na data Fifa.

© Agence France-Presse

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