Menu
Futebol

Seleção sul-africana treina no Bezerrão de olho na estreia contra o Brasil, no dia 4

Arquivo Geral

27/07/2016 8h35

Andre Borges/Agência Brasília

Eric Zambon
[email protected]

O sonho olímpico não se restringe a conquistar uma medalha. Para os jogadores da África do Sul, que estão em Brasília desde o último domingo, o torneio de futebol dos Jogos pode servir de trampolim para alcançar o objetivo máximo: atuar em clubes da Europa.

“É um grande palco e os garotos sabem que existem muitos ‘olheiros’ de grandes times de olho”, admite o técnico dos sul-africanos, Owen de Gama.

No elenco de 18 jogadores, apenas um vive a fantasia. Lebogang Mothiba, atacante de 20 anos, atua pelo Lille, da França, e serve de exemplo para os companheiros. Ele ainda não se juntou aos colegas na concentração para o jogo de estreia, contra o Brasil, no próximo dia 4.

“Jogar na Europa é estar nas melhores ligas, disputar as melhores partidas”, explica o goleiro Jody February, de 20 anos, que classifica a Olimpíada como “o segundo torneio mais importante depois da Copa do Mundo” em visibilidade.

Planos exóticos

No guia de mídia entregue pela assessoria da África do Sul existe um espaço para cada atleta contar seus objetivos. Entre aqueles que sonham em crescer no esporte, existem metas inusitadas.

O meio-campista Ntshangase, por exemplo, revelou querer continuar o negócio familiar de caminhões e tratores na cidade de Umlazi. O defensor Malepe escreveu que deseja estudar Agronomia. “Na última Olimpíada em que estivemos (2000), jogadores como o Benny McCarthy se destacaram e foram jogar na Europa. Eles sabem como estar aqui pode mudar suas vidas”, resume o técnico da Gama.

Sem segredo

Nascido em Joanesburgo, mas no Brasil desde os 11 anos, Tyroane Sandows, de 19 anos, atua nas categorias de base do Grêmio e descarta a alcunha de “espião”. “Não tem muito o que falar sobre o futebol da Seleção. Todo mundo conhece o talento”, brinca, acrescentando que conhece “só de vista” o atacante Luan, seu companheiro de equipe.

Sobre a possibilidade de se naturalizar brasileiro e, eventualmente, vestir o uniforme canarinho, ele prega cautela. “Estarei feliz independentemente da porta que abrir. Já tenho dupla cidadania”, conta o jogador.

Saiba mais

Dos 18 convocados para defender a seleção masculina, apenas dois têm mais de 23 anos: o goleiro Khune e o zagueiro Mathoho, ambos jogadores do Kaizer Chiefs.

Khune é um ídolo local. Aos 29 anos, ele disputou Copa das Condeferações, uma Copa do Mundo e duas Copas Africana de Nações pelos Bafan-Bafana. Ele também é olhado com respeito pelos companheiros mais jovens re vela querer jogar a Copa de 2018.

Técnico dá recado ao Brasil

Para ficar mais próximo do sonho de representar bem sua equipe e abrir portas na Europa, os Amaglug-glug, como é conhecida a equipe sub-23, se apoiam no histórico.

Quando se classificaram pela primeira vez, em Sydney-2000, venceram justamente a Seleção Brasileira na estreia, por 3 x 1. As derrotas para Eslováquia e Japão interromperam o sonho de se classificar às quartas de final, mas o sabor da vitória sobre o Brasil de Ronaldinho Gaúcho ficou.

“Queremos que o Brasil se preocupe conosco. Temos atletas rápidos também e sabemos marcar de maneira compacta”, diz, otimista, o técnico Owen da Gama.

O goleiro February sabe que Neymar será o principal desafio durante a partida de estreia, mas alerta para a boa fase vivida pelo atacante Gabriel Jesus. “Ele esteve muito bem no amistoso contra nós e criou boas jogadas”, ressaltou.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado