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Futebol

Mulheres do Brasil iniciam briga por ouro inédito

Arquivo Geral

03/08/2016 7h00

Ricardo Stuckert/ CBF

Roberto Wagner e Eric Zambon
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Usar vestido com anágua, meias cinta-liga e chapéus foram algumas das exigências para a entrada da mulher no circuito dos Jogos Olímpicos. Em 1900, em Paris, 22 atletas fizeram história no croquet, equitação, golfe, tênis e vela. Assim iniciou-se a conquista feminina em Olimpíada, completada em 2012, em Londres, quando elas estiveram presentes em todas as modalidades. Hoje, dois dias antes da abertura oficial da Rio-2016, são elas as responsáveis por abrir o calendário de jogos – foi assim também quatro anos atrás.

Aceitas no futebol da Olimpíada somente em 1996, as mulheres atualmente representam 12 seleções. A briga por medalha no Rio de Janeiro começa com Suécia x África do Sul, às 13h, mas o dia tem a seleção brasileira como protagonista. A partir das 16h, no Estádio Engenhão, Marta, Formiga e cia. encaram a China, em busca do ouro inédito.

Ainda desamparadas de apoio financeiro e estrutural no Brasil, as donas da amarelinha contam ao menos com o carinho do povo. As medalhas de prata em Atenas (2004) e Pequim (2008) ajudaram a conquistar o público, que deve comparecer em bom público ao Engenhão – até ontem ainda havia ingresso à venda.

Em Brasília para acompanhar o treino da seleção masculina, o auxiliar administrativo Geisson Martins de Sousa, de 24 anos, não poupou elogios às mulheres da seleção. “Elas têm menos estrelinha, então se esforçam mais. Os homens estão muito ‘famosinhos’”, comparou. Apesar disso, ele crê que os rapazes atrairão mais público, mas cravou: “elas vão chegar mais longe”.

Dia cheio

As 12 seleções femininas entram em campo hoje. Além do Engenhão, no Rio, outros dois estádios irão abrigar os jogos: Itaquerão, em São Paulo, e Mineirão, em Belo Horizonte.

Técnico admite frio na barriga

O técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, admitiu que está ansioso para a estreia da seleção brasileira feminina, mas garantiu que manterá a tranquilidade para fazer seu trabalho e começar bem os Jogos.

“É a competição mais importante da minha carreira. Há uma pequena ansiedade, mas ela está controlada e não vai atrapalhar em nenhum momento, para eu enxergar bem a partida e ver os detalhes do jogo”, explicou o treinador.

Além de Marta, multicampeã e melhor do mundo cinco vezes, Vadão conta com a experiência de Formiga para servir de base da seleção: Formiga, aliás, vai para sua sexta participação em Olimpíadas.

Pelo lado das chinesas, a aposta é no jovem elenco. A atleta mais velha, Ma Xiaoxu, tem 28 anos. Todas as jogadoras atuam no próprio país, em cenário oposto ao brasileiro, que não tem nenhuma esportista que joga na terra natal.

Além da partida entre Brasil e China, outros cinco jogos movimentarão o dia de jogos Destaque para os Estados Unidos, campeões em quatro das cinco competições olímpicas. A equipe da goleira Hope Solo, que causou polêmica por conta do zika vírus, encara a Nova Zelândia, às 19h, no Mineirão, pelo grupo G.

China muda para dar mais trabalho

A seleção de futebol feminino da China está disposta a apagar o vexame do ciclo olímpico anterior: a equipe sediou o Pré-Olímpico asiático em 2011, mas não se classificou para Londres-2012.

No Pré-Olímpico para o Rio-2016, as chinesas se classificaram com uma rodada de antecedência. Conquistaram 11 dos 15 pontos possíveis e ficaram com a segunda vaga – a Austrália obteve a primeira, com 15 pontos.

O bom desempenho reflete o sucesso da China no futebol feminino. O esporte é popular e bem organizado. Desde setembro de 2015 a equipe é treinada pelo francês Bruno Bini, até então técnico da seleção francesa de futebol feminino.

Sob o comando do técnico francês, a equipe chinesa mudou as suas características. Antes concentrava seu jogo na sólida defesa e nos contra-ataques. Agora costuma marcar sob pressão, mas contra o Brasil poderá voltar à retranca.

As chinesas também são conhecidas por tentar irritar as adversárias durante o jogo – quatro atletas do Brasil jogam no futebol chinês e convivem com isso.

Saiba Mais

O ouro em casa representará o fecho de uma carreira brilhante desenvolvida em uma modalidade abandonada no Brasil.

Tanto que nenhuma das 18 convocadas para os Jogos Olímpicos no Rio atua em clube brasileiro. Marta joga na Suécia. Andressa Alves, no Barcelona. A artilheira Cristiane, no Paris Saint-Germain.

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