O cargo de chefe de equipe sofreu recentes mudanças em duas das escuderias da Fórmula 1 para a temporada 2025. Na Aston Martin, Mike Krack não trouxe os resultados desejados e foi obrigado a passar o bastão para Andy Cowell, que desde o ano passado já vinha atuando como CEO do time britânico e agora acumula as duas funções.
Por sua vez, o diretor administrativo da Sauber e representante da equipe, Alessandro Alunni Bravi, deixa o grupo no final do mês, com o ex-diretor esportivo da Red Bull, Jonathan Wheatley, assumindo o papel de dirigente antes do prazo previsto.
Trocas e nomeações como essas causam grande repercussão e alvoroço no complexo mercado da F1.
Não é para menos. Embora o número de profissionais que atuam em cada escuderia vá muito além de sua dupla de pilotos, ela depende principalmente de um único indivíduo para comandar o show: o chefe de equipe.
É ele quem lidera o time, delega funções, cuida para que os regulamentos técnico e esportivo sejam respeitados, e que se comunica diretamente com os pilotos e com a imprensa.
Em resumo, é o estrategista-chefe, responsável por comandar a equipe como um todo e por tomar também as decisões de última hora.
Saiba quem são esses cabeças-chave que ocupam a posição de maior prestígio no circuito, exercendo o cobiçado, mas desafiador papel.
ANDREA STELLA – MCLAREN
Exercendo várias funções na McLaren desde 2O15, Stella se tornou chefe da equipe McLaren no início de 2023, substituindo Andreas Seidl, e causou um impacto imediato ao reestruturar o departamento técnico, antes de liderar o time rumo ao título de campeão de construtores de 2024 – o primeiro desde 1998.
Considerado um líder detalhista, o italiano de 53 anos também foi engenheiro de corrida de muito sucesso na Ferrari, vencendo campeonatos mundiais com Michael Schumacher (2002-04) e Kimi Raikkonen (2007).
FRED VASSEUR – FERRARI
Conhecido por seu sucesso e talento, o engenheiro Fred Vasseur, de 53 anos, deixou a Sauber (onde atuava desde 2017) tornou-se diretor de equipe da Ferrari a partir da temporada de 2023, substituindo o engenheiro de longa data da Ferrari, Mattia Binotto.
Em sua gestão, a equipe fez grandes progressos, com o vice-campeonato de construtores em 2024.
CHRISTIAN HORNER – RED BULL
Horner, 51 anos, é o diretor de equipe mais antigo da F1, liderando a Red Bull desde que foi fundada, em 2005, e quando tinha apenas 31 anos.
O britânico supervisionou a ascensão gradual da RBR até chegar ao status de líder e, em seguida, conduzindo ainda Sebastian Vettel à conquista de seus quatro títulos, entre 2010 e 2013.
Horner também é famoso por sua “pernas inquietas” durante as corridas.
TOTO WOLFF – MERCEDES
Wolff é considerado atualmente o chefe de equipe mais bem-sucedido da Mercedes, tendo supervisionado sete vitórias no campeonato mundial de pilotos e oito títulos consecutivos no campeonato de construtores de 2014 a 2021.
Aos 52 anos, é o responsável por todas as atividades esportivas da equipe, além de ser proprietário de 33,3% da Mercedes, sendo também seu diretor-executivo.
Ele assumiu o cargo em 2013, substituindo Ross Brawn no final daquele ano, e é amplamente considerado um dos melhores e principais líderes de equipe que a F1 já viu.
OLIVER OAKES – ALPINE
Com 36 anos, Oakes é atualmente o mais jovem diretor de equipe, tendo assumido o cargo na Alpine em 2024, substituindo o então chefe interino, Bruno Famin.
A chegada de Oakes significa a terceira mudança de chefe da equipe desde 2023
Ele foi nomeado ao cargo por indicação do consultor executivo da Alpine (e ex-diretor da equipe Renault) Flavio Briatore.
AYAO KOMATSU – HAAS
Komatsu substituiu o carismático fundador e chefe da Haas, Günther Steiner, em 10 de janeiro de 2024, depois que o proprietário, Gene Haas, resolveu fazer a troca para tirar a equipe do final da tabela de Construtores.
Liderada por Komatsu, a Haas superou as expectativas em 2024. Depois de terminar em 10º lugar no ano anterior, conseguiu superar a meta de fechar em 8° lugar e subiu para 7°, perdendo por pouco para a Alpine na batalha pelo sexto lugar no final.
Komatsu está com a Haas desde 2016, e atuava como chefe de operações na pista.
LAURENT MEKIES – RACING BULLS
Ex-diretor esportivo da Ferrari desde 2019, Mekies assumiu o comando da segunda equipe da Red Bull no início de 2024, no lugar do veterano Franz Tost.
Hoje com 47 anos, ele começou sua carreira na F1 trabalhando nos motores Asiatech para a Arrows em 2001, antes de se juntar à Minardi, a versão original da equipe, como engenheiro de corrida em 2002.
JAMES VOWLES – WILLIAMS
Vowles, 45 anos, deixou uma longa e bem-sucedida carreira de estrategista na Mercedes para se tornar chefe da Williams no início de 2023, substituindo Jost Capito, e está usando seu vasto conhecimento como pilar fundamental para liderar a transformação cultural pela qual a Williams está passando.
ANDY COWELL – ASTON MARTIN
No dia 10 de janeiro, a Aston Martin nomeou Andy Cowell, de 55 anos, o novo chefe da equipe, como parte de uma reorganização de sua estrutura de liderança, substituindo Mike Krack.
Cowell, que se juntou à Aston no ano passado como CEO no lugar de Martin Whitmarsh, agora acumula as funções de CEO e chefe.
Krack, nomeado chefe em 2022, assumiu o cargo de diretor de pista, permanecendo na equipe, que se prepara para receber também outro reforço respeitável: o projetista de maior sucesso na história da Fórmula 1, Adrian Newey.
Encerrando um ciclo de 19 anos com a Red Bull, o “mago da engenharia” vai assumir no dia 3 de março o gerenciamento da equipe de design do carro para 2026.
ALESSANDRO ALUNNI BRAVI / JONATHAN WHEATLEY – SAUBER
A Sauber surpreendeu ao comunicar a saída antecipada de Alessandro Alunni Bravi, diretor administrativo e representante da equipe, que deixará o cargo no final do mês, após oito anos de contribuição. O ex-diretor esportivo da Red Bull, Jonathan Wheatley, vai assumir em seu lugar a função de diretor de equipe.
Wheatley se juntaria à Sauber somente em 1º de julho, mas o britânico agora deve iniciar suas atividades em 1º de abril, com aval da Red Bull.
A mudança faz parte de uma reorganização instigada pelo ex-chefe da Ferrari, Mattia Binotto, que se tornou diretor técnico e de operações da Audi em 2024.
Entre outros dirigentes famosos, que escreveram capítulos de sucesso na história de suas equipes estão Ron Dennis (McLaren), Jean Todt (Ferrari), Frank Williams (Williams) e Colin Chapman (Lotus).