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Mineirinho inicia despedida do surfe na onda em que se consagrou

O surfista de Guarujá decidiu que não vai além de 2021 no WCT (World Championship Tour, o circuito mundial)

Redação Jornal de Brasília

07/12/2020 17h55

Marcos Guedes
São Paulo, SP

Geralmente encerrado no Havaí, o Mundial masculino de surfe desta vez terá seu início nas tubulares ondas havaianas de Pipeline. Foi lá que Gabriel Medina, Adriano de Souza e Italo Ferreira celebraram seus títulos no circuito, e os três estão prontos para cair na água novamente.

Com o calendário remodelado em situação atípica na pandemia do novo coronavírus, a disputa começará na época em que costuma ser finalizada. Após o cancelamento da temporada 2020, a de 2021 foi antecipada e terá a largada nesta terça-feira (8), desde que o mar apresente boas condições. Haverá transmissão da ESPN e do site oficial da WSL, a Liga Mundial de Surfe.

A competição terá sabores distintos para os principais brasileiros do esporte. No caso de Adriano de Souza, o Mineirinho, 33, será a turnê de despedida de uma carreira que atingiu o auge com a conquista de 2015.

O surfista de Guarujá decidiu que não vai além de 2021 no WCT (World Championship Tour, o circuito mundial). O giro pelo planeta que se inicia em Pipeline, onde o paulista se emocionou com seu grande momento no esporte, representará o adeus às ondas que se acostumou a encarar.

“Vai ser bem bacana. Vou poder rever amigos, os lugares por onde passei. Após 15 anos, vai cansando um pouco. Não consigo ficar para sempre e tive que fazer uma escolha. Minha escolha foi sair do cenário profissional em alta”, afirmou.

Alguns de seus compatriotas não têm pressa para deixar a prancha de lado. É o caso de Filipe Toledo, 25, que se estabeleceu entre os melhores do mundo, ficou em quarto na última edição da disputa e ainda busca seu primeiro título.

“Pedi a Deus para voltar a fazer o que amo”, disse o paulista de Ubatuba, ansioso para mostrar sua característica velocidade em Pipeline, especialmente propícia para os tubos, mas também ocasionalmente favorável para os saltos de que gosta Toledo.

Italo Ferreira, 26, por sua vez, já sentiu o gostinho de terminar o ano com a camisa amarela, reservada ao primeiro colocado, e trabalha para repetir a sensação. O potiguar concluiu 2019 fazendo a festa no Havaí e espera manter o alto nível diante de uma concorrência verde-amarela forte.

“A gente tem os melhores atletas do circuito: Gabriel, Filipe… Não é que eu tente ser melhor do que eles, mas tento mostrar para mim mesmo que consigo. É bom ter essas pessoas como inspiração”, afirmou o campeão de Baía Formosa.

Ele sabe que, para buscar o bi, terá novamente de superar Gabriel Medina, 26, campeão em 2014 e em 2018. De sua primeira conquista para cá, o paulista de São Sebastião jamais ficou abaixo da terceira colocação no campeonato, com um surfe considerado completo, capaz de domar todos os tipos de onda.

Deslizando por dentro de tubos ou se jogando para o alto em manobras aéreas, ele é um dos favoritos e se divide entre duas grandes metas em 2021. Será, ao lado de Italo, um dos representantes brasileiros nos Jogos de Tóquio, os primeiros com o surfe no programa olímpico.

“Minhas expectativas são as melhores possíveis. Vai ser um ano diferente, mas sempre vejo um lado positivo e me sinto pronto para o que der e vier. Quero, sim, ganhar uma medalha na Olimpíada e ganhar meu título de tricampeão mundial, que é meu maior objetivo”, declarou Medina.

Promete ser uma pedra no caminho o havaiano John John Florence, 28, único não brasileiro a conquistar o Mundial desde 2014. Vencedor em 2016 e em 2017, ele está recuperado de uma lesão grave no joelho direito e trabalha para voltar à velha forma.

O norte-americano Kolohe Andino, 26, o sul-africano Jordy Smith, 32, e o japonês Kanoa Igarashi, 23, também se colocam como fortes candidatos a surfar as melhores ondas. Elas serão disputadas ainda por outros oito brasileiros.

Caio Ibelli, 27, Peterson Crisanto, 28, Yago Dora, 24, Jadson André, 30, Alex Ribeiro, 31, Miguel Pupo, 29, e Deivid Silva, 25 estão qualificados ao WCT. Só não estarão na Olimpíada, limitada a dois homens por país.

No Mundial, eles disputarão a classificação a uma etapa final e decisiva, realizada em um inédito sistema mata-mata. Os cinco atletas mais bem ranqueados disputarão o título em Trestles, nos Estados Unidos, em setembro. Os Jogos Olímpicos ocorrerão entre julho e agosto.

As informações são da Folhapress

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