Menu
Futebol

Interdição do Mané provoca retrocesso e palco do DF não terá mais torcida mista

Arquivo Geral

09/06/2016 10h17

Foto: Josemar Gonçalves

Francisco Dutra
[email protected]
Sabe aquele jogo em que casais, amigos e famílias de diferentes torcidas podiam assistir partidas de futebol juntos, estampando pacificamente as camisas de seus times lado a lado? Pois é, acabou o amor. Estas partidas não acontecerão mais no Estádio Nacional Mané Garrincha. Para reverter a interdição da arena, determinada ontem pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Governo do Distrito Federal decidiu sepultar as áreas mistas.

A primeira punição para a pancadaria deflagrada por vândalos uniformizados no jogo entre Flamengo e Palmeiras recaiu sobre o próprio Mané. O STJD determinou o fechamento do estádio para as partidas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por tempo indeterminado, até a implantação de melhorias na segurança e na infraestrutura. Na próxima segunda-feira, os clubes serão julgados e poderão perder até 10 mandos de campo.

O GDF pretende apresentar um conjunto de medidas para liberar os portões. Além do fim das áreas mistas, o governo trocará as cercas internas por paredes provisórias para assegurar o isolamento e impedir até mesmo contato visual. O Palácio do Buriti também vai reativar o Juizado Especial Desportivo no subsolo do Mané. O órgão terá o poder de fazer autuações de crimes em flagrante e o “brigão” será preso na arena.

Ainda hoje, o governo entrará com uma ação cautelar na Justiça pedindo que a torcida organizada da Mancha Alviverde seja proibida de frequentar o estádio. Supostamente, membros deste grupo teriam sido responsáveis pelo começo das cenas de barbárie de domingo. O conjunto de medidas foi definido em reunião da Secretaria Adjunta de Turismo, responsável pelo estádio, com a pasta de Segurança Pública.

Segundo o secretário adjunto de Turismo, Jaime Recena, o Mané Garrincha é seguro para a recepção de partidas de futebol nacionais e também para eventos do porte dos Jogos Olímpicos. Recena classificou as cenas do domingo passado como um “incidente”. “Faremos novas medidas no intuito de coibir esse tipo episódio. Um episódio infeliz, que não é bom para a nossa cidade, nosso estádio. Afasta o torcedor. E isso é tudo que a gente não quer. A gente quer um ambiente de paz, cidadania, aonde os pais possam levar os filhos ao estádio, como sempre aconteceu na nossa cidade”, comentou Recena.

Saiba mais

O torcedor Evandro Gatto, 47 anos, que estava em coma na sala vermelha do Hospital de Base à espera de uma vaga na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), enfim foi transferido para o leito. O estado de saúde dele continua grave, porém estável.
A torcida organizada Mancha Alviverde identificou nove de seus associados entre os 21 detidos pela briga com torcedores do Flamengo em Brasília no domingo. Diante disso, a organizada informou que suspendeu preventivamente os nove de seu quadro de associados e vai entregar protocolo com seus nomes para a Federação Paulista de Futebol.

Flu x Timão está mantido

O presidente do Fluminense, Peter Siemsen, conseguiu um acordo com o STJD para a realização da partida contra o Corinthians, dia 16, no Mané. Argumentando que a venda de ingressos já havia começado, o cartola conseguiu a liberação pontual – o STJD determinou que a responsabilidade da partida recairá totalmente nas costas da CBF. Os bilhetes volta a ser vendidos hoje. O Flamengo também pretende recorrer da decisão do STJD.

O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, autor do pedido de interdição é enfático: nas condições atuais, o Mané não é seguro. “A motivação da procuradoria foi principalmente a segurança de torcedores, afinal por pouco não ocorreu uma morte ainda dentro do estádio”, disse Schmitt.

Do ponto de vista do procurador-geral, a arena não reúne condições para receber partidas com torcidas organizadas.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado