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Esportes eletrônicos: evento em Brasília coloca à prova protocolo de segurança

A campeã da modalidade feminina do Clash Royale, Lorena Karen, contou que tinha a preocupação do evento ser presencialmente

Redação Jornal de Brasília

29/04/2021 13h43

André Atán e Bruno Marinho
Jornal de Brasília / Agência UniCEUB

Um evento de esportes eletrônicos em um hotel de Brasília, nos últimos dois dias (27 e 28 de abril), colocou à prova o protocolo de segurança contra a covid-19 para eventos do gênero. O JUBs eSports 2021  reuniu representantes de universidades de todo o Brasil para competirem em seis jogos: FIFA, Garena Free Fire, Counter-Strike Global Offensive, Clash Royale, Poker e League of Legends.  No evento presencial, foram 76 competidores. Eles se classificaram após a versão on-line com 1.058 jogadores de esportes eletrônicos.

Rodrigo Medeiros (sentado à esquerda) enfrenta Wesley Rodrigues no Clash Royale em confronto pelas semifinais (foto: André Atán)

Esse evento foi o primeiro a ser realizado em caráter presencial. A campeã da modalidade feminina do Clash Royale, Lorena Karen (UEA – FAUD/AM), contou que tinha a preocupação acerca das semifinais e finais serem feitas presencialmente. “Foi muito difícil para mim quando eu tive que decidir (se participaria ou não). Meus parentes estão no grupo de risco, mas eu decidi que ia ficar o mais segura possível para que a contaminação não acontecesse de nenhuma forma”.

Ela acrescenta que se surpreendeu com o protocolo adotado pela Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU), que envolveu testes PCR, distanciamento mínimo, uso obrigatório de máscara e a utilização de álcool em gel em todos os objetos compartilhados, como os controles, assentos e mesas.

À espera do resultado

O competidor de pôquer eletrônico Pedro Beck (UnB – FESU/DF) comenta que o dia a dia no hotel foi de expectativa à espera do resultado do exame. “Chegamos na segunda e fizemos o teste (PCR). Esperamos a informação no quarto e, quando saiu o resultado, duas horas depois, fomos liberados para sair, fazer o crachá e ficar liberado para a competição”. Ele explica que houve permanente fiscalização sobre a organização acerca do cumprimento dos protocolos de segurança para os representantes dos esportes eletrônicos.

Sobre o evento virar uma referência para futuros projetos, os dois jogadores foram enfáticos que é possível realizar eventos do gênero, dos esportes eletrônicos. Lorena entende que o evento pode ser usado como modelo, porém acredita que esportes que envolvem mais pessoas e maior possibilidade de aglomeração devam ser evitados. 

Pedro afirma que o modelo de bolha esportiva, onde apenas atletas e organizadores do evento permanecem em um mesmo local e convivem de forma mais direta, oferece a possibilidade desse tipo de evento e competição acontecer. “A bolha esportiva é um dos melhores modelos para fazer eventos desse tipo em uma pandemia. Um exemplo disso é a bolha feita pela NBA (elite do basquete norte-americano), que colocaram os atletas em um complexo de hotéis durante um mês e depois começaram a jogar”.

Ele acrescenta que, se aplicado de forma organizada, sem pressa, e com dinheiro para fazer esse tipo de investimento, é viável que eventos como eventos de esportes eletrônicos aconteçam, mesmo em um momento tão delicado.

Proximidade 

Alexssandra Cristina (sentada à esquerda) encara Ivanna Meireles (sentada à direita) por uma vaga na modalidade feminina do FIFA (foto: André Atán)

A edição passada, em junho de 2020,  aconteceu de forma totalmente on-line com 450 jogadores. Para os competidores, esse evento em 2021 teve sabor especial. Para a jogadora campeã de Clash Royale, Lorena Karen, do Amazonas, após a conquista, destacou a troca de experiências entre os competidores. “Acredito que fui bem amigável com a Tem Café (Eduarda Bassani). Tentei conversar com ela sobre decks (as cartas da partida) e meta do jogo. Com as outras jogadoras, a Maria e a Thais, eu tenho mais proximidade, já que elas fazem parte dos meus times”. Lorena ainda cita a importância de conhecer novos jogadores. 

Caso diferente para o jogador Pedro Beck (UnB-FESU/DF), que disputou a mesa final de pôquer on-line. Ele revelou ter sido uma mistura de emoções, mas ao mesmo tempo preocupado sobre como funcionaria a bolha entre os atletas.  O jogador ainda citou que a ida para o campeonato ajudou-o a até mesmo marcar compromissos futuros com os outros participantes, e debater sobre “blefes” e decisões tomadas. Essa conversa virou um momento de descontração. De longe, seria mais difícil.

UERR Melhores do Mundo enfrenta Facape 007 em disputa pela terceira colocação em Garena Free Fire (foto: Bruno Marinho)

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