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Dois jogadores do Paysandu são revistados pela PM após denúncia

Os agentes mandaram os dois jogadores descerem no ônibus e vasculharam seus pertences e mochilas. A polícia informou que a denúncia se tratava de um suposto “comportamento suspeito”

Redação Jornal de Brasília

28/10/2020 16h08

Dois jogadores do Paysandu, clube do Pará, passaram por uma situação constrangedora quando voltavam de um treinamento, na última segunda-feira (26). O volante George Pitbull e o atacante Debu foram revistados por policiais militares após os agentes receberem uma denúncia.

Os agentes mandaram os dois jogadores descerem no ônibus e vasculharam seus pertences e mochilas. A polícia informou que a denúncia se tratava de um suposto “comportamento suspeito” dos atletas dentro do transporte.

“É um sentimento de vergonha, de humilhação pelo que a pessoa passa por ser negro e tatuado”, disse o volante Pitbull.

“Quando entramos no ônibus, ele estava praticamente vazio. Tinha só uma moça branca, loira, e mais um rapaz de uns 17 anos. Eu e o Debu somos negros e quando entramos essa moça teve uma movimentação de preconceito, de suspeita, como se a gente fosse assaltar ou fazer algo assim”, afirmou Pitbull.

O Paysandu publicou uma nota de repúdio sobre a situação.

“Até quando a presença de jovens negros em um local público vai incomodar a sociedade?

Nossos atletas George e Debu, do time sub-23, voltavam para casa ontem à noite, quando o ônibus em que eles estavam recebeu ordem de parada, depois que uma passageira acionou a polícia para denunciar que havia suspeitos ali.

Os jogadores tiveram de descer do coletivo para revista pessoal. Foram minutos de muito constrangimento. Na mochila, nada de armas ou drogas, como devia imaginar a denunciante. Eles carregavam apenas chuteiras e os uniformes banhados de suor, após mais um dia de treino.

George e Debu poderiam ter tido um dia melhor, mas não. Terminou de uma maneira muito desconfortante para dois jovens humildes, negros, que precisaram dar explicações por simplesmente não terem feito nada.

A vocês, George e Debu, toda a nossa solidariedade e dividimos esse sentimento de revolta com ambos.

Eles receberam todo o suporte psicológico e jurídico do clube.

Já chega de racismo! Basta!”

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