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Brasileiros que sonhavam em virar estrelas do futebol são alvos de fraude na Espanha

Os dois grupos criminosos, independentes um do outro, administravam escolinhas de futebol que recrutavam jovens de alta renda no exterior

Redação Jornal de Brasília

11/04/2023 8h26

Foto: Jewel SAMAD / AFP

A polícia da Espanha anunciou nesta terça-feira (11) a detenção de 11 pessoas que operavam duas redes para fraudar dezenas de famílias estrangeiras, em particular brasileiras, com ofertas para tornar seus filhos “jogadores de futebol profissionais de elite” em troca de milhares de euros.

Os dois grupos criminosos, independentes um do outro, administravam escolinhas de futebol que recrutavam jovens de alta renda no exterior com “falsas expectativas de se tornarem jogadores profissionais de destaque”, com ofertas de alojamento e de tramitar a documentação para permissão de residência na Espanha, informou a polícia em um comunicado.

Para isto, as famílias precisavam fazer um primeiro pagamento de 5.000 euros (27.500 reais) e depois pagar mensalmente entre 1.500 e 1.700 euros (entre 8.200 e 9.300 reais).

“As duas organizações deixavam os jovens em condições deploráveis durante os 90 dias de permanência no país como turistas, já que os procedimentos de imigração não eram admitidos ou eram negados, o que obrigava os jovens enganados a retornar a seus países”, explicou a polícia.

A força de segurança iniciou a investigação ao receber a denúncia de um jogador que foi vítima de fraude em uma escolinha de futebol em Granada (Andaluzia, sul).

Os investigadores encontraram “30 jovens estrangeiros de várias origens, a maioria brasileiros, com idades entre 16 e 23 anos”, alojados em duas casas alugadas por uma escolinha de futebol.

Na outra escola, também em Granada, a polícia encontrou 40 jovens, também com maioria do Brasil, alojados na casa de um dos diretores.

Nos dois casos, os jovens estavam “em condições de superlotação, com pouca comida”, afirma o comunicado.

Os processos de imigração para regularizar a situação dos jovens “acabavam sempre não admitidos para tramitação ou negados, pois em quase todos os casos a documentação apresentada estava incompleta ou fora do prazo”, segundo a polícia.

© Agence France-Presse

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