Ousmane Dembélé, atacante francês do Paris Saint-Germain, entrou para a história ao conquistar pela primeira vez a Bola de Ouro, premiação organizada pela revista France Football em parceria com o jornal L’Équipe. A consagração do jogador representa um marco na carreira de quem já foi tratado como promessa e hoje se afirma como protagonista absoluto no futebol mundial.
Se a França celebra seu novo astro, o Brasil ficou em segundo plano nesta edição. Nenhum jogador brasileiro chegou de fato com chances reais de título. Raphinha, do Barcelona, figurou na lista dos concorrentes, mas sem expectativa concreta de vitória. Vinícius Júnior, que no ano passado foi vice, caiu para o 12º lugar. O jovem Estevam, do Palmeiras, foi lembrado entre os jogadores sub-20 e terminou em quarto lugar. Já Marta, seis vezes vencedora da Bola de Ouro, esteve presente apenas como figurante entre as indicadas, longe da briga pelo topo. O Botafogo, por sua vez, concorreu na categoria de melhor clube masculino, mas sem ser apontado como favorito.
Bartomeu e a frase premonitória
Um detalhe histórico reforça a importância dessa conquista. Em 2019, quando Neymar deixou o Barcelona rumo ao PSG, o então presidente do clube catalão, Josep Maria Bartomeu, afirmou que Dembélé era “um jogador superior a Neymar”. A frase foi alvo de críticas pesadas da imprensa internacional, sobretudo da brasileira, que considerou o comentário exagerado e até desrespeitoso. Passados seis anos, o cenário mostra que Bartomeu, se não estava correto naquele momento, acabou sendo quase profético: Dembélé conquistou a Bola de Ouro, algo que Neymar jamais conseguiu em sua carreira.
Todos os premiados
- Ballon d’Or (masculino – melhor jogador): Ousmane Dembélé (Paris Saint-Germain)
- Ballon d’Or (feminino – melhor jogadora): Aitana Bonmatí (Barcelona)
- Kopa Trophy (masculino – jogador jovem): Lamine Yamal (Barcelona)
- Kopa Trophy (feminino – jogadora jovem): Vicky López (Barcelona)
- Gerd Müller Trophy (masculino – artilheiro do ano): Viktor Gyökeres (Sporting)
- Gerd Müller Trophy (feminino – artilheira do ano): Ewa Pajor (Wolfsburg)
- Yashin Trophy (masculino – goleiro do ano): Gianluigi Donnarumma (PSG)
- Yashin Trophy (feminino – goleira do ano): Hannah Hampton (Chelsea)
- Johan Cruyff Trophy (masculino – técnico do ano): Luis Enrique (PSG)
- Johan Cruyff Trophy (feminino – técnica do ano): Sarina Wiegman (Inglaterra)
- Clube do Ano (masculino): Paris Saint-Germain (PSG)
- Clube do Ano (feminino): Arsenal Women
- Prêmio Sócrates (ação humanitária): Fundação Xana, de Luis Enrique
Diferenças entre Bola de Ouro e The Best
Embora sejam frequentemente comparadas, Bola de Ouro e The Best não são a mesma coisa. A Bola de Ouro é a mais antiga e prestigiada premiação individual do futebol, criada pela France Football em 1956. Inicialmente restrita a jogadores europeus, a premiação se expandiu para o mundo todo nos anos 2000 e hoje contempla atletas de qualquer nacionalidade e clube.
Já o The Best é organizado pela FIFA e nasceu em 2016, após o rompimento da parceria com a France Football. O sistema de votação também é diferente: no The Best participam jornalistas, capitães, técnicos de seleções e torcedores cadastrados, enquanto a Bola de Ouro é decidida por jornalistas especializados de diversos países.
Ambas têm alcance global, mas seguem critérios distintos e, por isso, não raro premiam jogadores diferentes em uma mesma temporada. Foi o que ocorreu em 2024: o espanhol Rodri levou a Bola de Ouro e Vinícius Júnior conquistou o The Best da FIFA.