Aprimeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek, Catetinho, foi totalmente restaurada. Patrocinadores investiram pesado em tintas, tapetes e acervos. Tudo isso para a comemoração, um pouco atrasada, do aniversário de Brasília. Os funcionários também colaboram com a reforma. “Cada um faz alguma coisa. É essa união que ajuda a reconstruir esse monumento histórico”, afirma a gerente do museu, Marta Poli.
É um prédio simples, feito de madeira, e conhecido como Palácio de Tábuas, mas que emociona qualquer candango. A antiga suíte presidencial, a sala de despachos, o quarto dos membros do governo, o quarto de hóspedes, a sala de refeições e a cozinha, no térreo, parecem estar exatamente como JK deixou. Os organizadores instalaram até uma vitrine onde estão exibidos, e devidamente protegidos, o traje de casaca e o vestido de gala usados pelo presidente e a esposa em uma das festas oferecidas em Brasília.
Depois da reforma, mais uma relíquia vai ser acrescentada, o fraque usado por Ernesto Silva na inauguração da cidade. “É um privilégio poder contribuir para a preservação da história de Brasília. O que não é mais útil para mim, vai emocionar as pessoas que visitarem o Catetinho”, declara Ernesto Silva, um dos amigos íntimos de JK e presidente da Novacap à época da inauguração da cidade.
Logo na abertura, o museu vai fazer uma seresta reunindo os primeiros cantores de Brasília. Fernando Lopes, José Portilho, Josué Mota e Glória Maria (primeira a cantar na Rádio Nacional e presidente da Ordem dos Músicos do Brasil) vão ser alguns dos seresteiros da festa. As canções preferidas de Juscelino vão ser interpretadas em forma de serenata. “Vamos tentar recriar o clima daquela época. Para isso, tocaremos músicas marcantes do tempo de JK”, diz Marta.
Esta é a segunda vez que o governo do Distrito Federal, a Secretaria de Cultura e a Ordem dos Músicos do Brasil, organizam seresta no Catetinho. A estréia, em setembro de 2002, atraiu mais de 4 mil pessoas. A gerente do museu espera que este ano atraia um público ainda maior. Vale a pena reservar algumas horas para redescobrir um pouco da história de Brasília.