Também da misericórdia do público se beneficia Santana, a professora alcoólatra. Bem-humorada e querida na escola, ela vê sua carreira descer pelo gargalo ao não conseguir controlar o impulso de beber. “Ela está vendo que a bebida atrapalha sua vida, mas não consegue largar isso”, lamenta a dona de casa Fátima Augusta Sampaio, 45 anos.
Mas se a dupla preocupa por ser quase doente, há os estereótipos das mulheres que dão bobeira nos relacionamentos. Silvia (Nathália do Vale) tem um casamento ruim e anda se animando para cima do taxista, amante da empregada. Já a filha Marina (Paloma Duarte), sempre muito mimada, tem crises de ciúmes por causa do marido Diogo (Rodrigo Santoro). “Silvia é uma mulher mal-casada, que tem uma filha em quem projetou todos seus desejos, ansiedades e temores.
Quando Caetano aparece, com aquele ar todo sexual, desperta nela alguma coisa que estava adormecida. E ela parte para cima, mas sem ser vulgar, até porque não é essa a personalidade dela”, explica Nathália do Vale. “Marina é uma insegura chata, pensando que um filho vai salvar o casamento que já está por um fio”, diz a dona de casa Sandra Moraes, 50 anos.
Aumentando o cordão das problemáticas, tem Raquel, a professora bem-sucedida de relação complicada com o marido violento. “Ela é uma boba. Nenhuma mulher hoje em dia, com as condições dela, se sujeitaria a isso. Não entendo. Uma ida à polícia resolveria o caso”, decreta a dona de casa Cristina Trotta, 42 anos.
E tem ainda as divertidas Estela (Lavínia Vlasak) e Dóris (Regiane Alves) – a rica e a pobre fúteis –, dignas de tirinhas de Mulheres Alteradas. “Estela vai a festas e bebe champanhe porque já sofreu muito e não quer pensar na vida. Mas, diferente da Dóris, ela tem respeito pelas pessoas”, pondera Lavínia Vlasak. Cada uma com suas neuroses, o que não falta na história de Manoel Carlos são mulheres alteradas.