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Pela tradição do samba de Noel Rosa

Arquivo Geral

28/01/2005 0h00

Intérprete por excelência e raras vezes compositor, o cantor paulista Jair Rodrigues já se aventurou no samba-canção, voltou para a bossa nova e, agora, dá seu grito de socorro pela recuperação do samba, ritmo do qual se tornou defensor nesta “era de globalização”. Rodrigues reassume o posto de bamba amanhã e domingo, quando protagoniza o projeto Deuses do Samba, no Teatro da Caixa. O músico aproveita sua viagem a Brasília para anunciar o 43º disco de carreira, com uma ode ao gênero popularizado por Noel Rosa. “É legal participar de um projeto como esse, porque está faltando inciativas em prol do samba”, diz Jairzão, em entrevista ao Jornal de Brasília. Segundo ele, o samba está descaracterizado, principalmente na televisão e no Carnaval. “O samba é a tradição nacional, nunca vai morrer, mas o Carnaval está preocupado mais com aquelas pessoas que não têm nada a ver com a coisa do que com a música e a tradição”, critica. Quanto ao que é veiculado na mídia televisiva, Jair Rodrigues dispara contra o Festival de Verão. “A Globo, reprisou esse festival, supostamente de samba, mas que não tinha nenhum sambista cantando. Gostaria que houvesse maior promoção e divulgação da nossa música brasileira”, registra. No show, Jair apresenta um repertório curto, com apenas oito canções, e acompanhado tão-somente do baterista Ary Dias e do violonista Paulinho. Entre os temas, estará uma das dez músicas inéditas que compõe seu próximo álbum: Pegou, Bateu, Valeu (Dedé Paraíso). As demais canções que completam o show são as memoráveis Aquarela do Brasil, Triste Madrugada e Tristeza. O novo CD, previsto para ser lançado em março, pela Trama, está em fase de mixagem, mas não tem título. A idéia, segundo Jair, é prestar uma digna homenagem ao samba, nada muito histórico. “Ainda temos grandes sambistas. Gravei músicas inéditas que Dona Ivone Lara, Martinho (da Vila), Hermínio Bello de Carvalho e o Evaldo Gouveia (ex-parceiro de lamentações de Jair Amorim) fizeram pra mim”, detalha. Jair Rodrigues aproveitou para lembrar do antigo parceiro de estúdio Bezerra da Silva, que faleceu no dia 17 deste mês devido a uma parada cardíaca. “Ele participou de uns 15 a 20 discos meus. Quando chegava a hora do samba, era ele que segurava a onda com agogô, pandeiro e cuíca”, recorda com saudade. Eram os anos 60 e Jair gravava pela Phillips quando Bezerra da Silva despontava como um dos bons ritmistas do samba. “Fiquei muito triste com a morte dele. Já não temos hoje sambistas como antigamente e, sem o Bezerra, com certeza, enfraqueceu a nossa música”, arremata. Antes do show do cantor paulista, sobem ao palco o quinteto instrumental brasiliense Samba Choro, a cantora Célia Rabelo e o violonista e cantor de voz rouca e suave Wilson Bebel.

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    28/01/2005 0h00

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