O sertão já foi retratado em diversos filmes brasileiros. De hoje até o dia 26 de outubro, 18 destes filmes serão exibidos na mostra Miragens do Sertão, na sala cinema do Centro Cultural Banco do Brasil. Na pauta, uma mistura de paisagem geográfica, humana e cultural do sertão brasileiro.

O objetivo da mostra é exibir as várias formas que o cinema brasileiro já retratou o sertão. São imagens, idéias e sons que reconstituem os vários sertões brasileiros, até mesmo como um local a ser descoberto. “A idéia inicial é colocar em confronto várias épocas, o jeito que os cineastas retrataram o Brasil”, explica Aurélio Aragão, um dos idealizadores da mostra.

Dos 18 filmes que serão exibidos, incluem títulos raros, como o documentário O País de São Saruê, de Vladimir Carvalho e o indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro Central do Brasil. “Queremos exibir filmes que as pessoas nunca poderão ver, que são de difícil acesso. Para que elas entendam um pouco mais do cinema brasileiro”, afirma Aragão.

Além dos filmes, serão realizados debates e entrevistas que buscam levar ao público as diferentes manifestações do mundo sertanejo nas telas, desde os primeiros tempos do cinema brasileiro até produções atuais.

No dia 17, às 20h30, o professor aposentado do Departamento de Antropologia da UnB, Luiz Tarlei de Aragão participará do debate com mediação do pesquisador da cinemateca do MAM e da Cinédia, e professor de sinema no IACS-UFF, Hermani Heffner. O objeto do debate será as representações do sertão e seus vínculos com a trajetória cultural brasileira.

Durante a mostra, serão realizado debates com diretores e profissionais de filmes que serão exibidos: no próximo sábado, às 20h30, com Hilton Lacerda, roteirista de Baile Perfumado e Amarelo Manga. No dia 24, às 20h30, com Orlando Senna, secretário de audiovisual e diretor de filmes como A Construção da Morte e Iracema, Uma Transa Amazônica. No dia 25, às 20h30, com Vladimir Carvalho, diretor paraibano que dirigiu Conterrâneos Velhos de Guerra e O País de São Saruê.

No dia 21, após o debate com o diretor Carlos Del Pino, será exibido o filme inédito República dos Anjos, de 1991. A produção, realizada nos arredores de Brasília, é um exemplo de um sertão que foge de sua representação clichê do árido nordestino.