A crítica afirmou que A Agenda, segundo filme do diretor Laurent Cantet, torna o espectador um cúmplice involuntário. É mais ou menos isso que ocorre nessa fita que já está disponível nas locadoras. O enredo é o de uma fantástica história de transformação e duplicidade. Vincent (Aurelién Recoing) o protagonista da trama que venceu os festivais de Veneza e Viena em 2001, vive o desespero do desemprego, mas não tem coragem de contar à família. Ao contrário, passa o tempo que estaria trabalhando perambulando pela cidade. Vincent simula até viagens de negócio para que sua mulher Muriel (Karin Viard) não descubra o que ocorreu. Homem de meia-idade, Vincent entra em paranóia em relação ao ócio. Passa a viver uma vida dupla entre a realidadea e a ilusão. Chega a entrar em prédios de escritórios, presenciar reuniões e a transitar por corredores de empresas até cumprimentando pessoas. Até que, descoberto, é convidado a se retirar. Trata-se de uma saga social muito próxima da realidade de vários profissionais liberais que experimentam o sucesso rápido e percebem o quão efêmera é a sua ocupação. Laurent Cantet faz parte da nova geração de diretores franceses e é a segunda vez que ele aborda esse tema. A primeira foi na estréia, com Recursos Humanos.