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Encontro inédito de bambas do teatro

Arquivo Geral

05/01/2005 0h00

Cinco “velhas raposas” do teatro, tevê e cinema brasileiros se reúnem pela primeira vez no mesmo palco para encenar o que promete ser um dos mais interessantes espetáculos do novo ano. O texto de As Pequenas Raposas, da norte-americana Liliam Hellman, ganha forma com a experiência dos atores Sérgio Britto, Rogério Fróes, Joana Fomm, Léa Garcia e Beatriz Segall (que ainda assina a tradução da peça ao lado de Marco Antônio Guerra), regidos pela direção de Naum Alves de Souza.

A montagem estréia temporada de duas semanas no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), hoje, e traduz com polêmica o berço do capitalismo ianque, no início do século 20, a partir da relação ambiciosa da família Hubbard, de novos ricos do sul dos Estados Unidos. “É um retrato da ganância que move aquela gente. O foco do espetáculo é o dinheiro. A cabeça do americano nasce pensando nisso e só se preocupa com a forma com que conseguirá aumentar sua renda”, dispara Sérgio Britto em entrevista ao Jornal de Brasília. “Aqui, essa idéia do capitalismo é levada às últimas conseqüências.

Em As Pequenas Raposas, Britto – que no ano passado passou por Brasília com o monólogo Sérgio 80 – veste-se de um personagem que alimenta o mesmo desgosto pela cobiça capitalista que o próprio ator. Ele encarna Lawrence Giddens, um banqueiro local com problemas cardíacos que não tolera os gananciosos parentes da esposa, a não menos interesseira Regina Giddens (papel de Beatriz Segall).

Escrita em 1939, a peça apresenta as raízes do capitalismo, a partir dos inescrupulosos Hubbard, que enriqueceram com a exploração de negros e pobres. O enredo criado por Hellman foi alvo da censura norte-americana na época, devido às diretas denúncias dos ilícitos mecanismos do novo regime econômico americano, no qual o poder e o dinheiro valem mais do que os valores morais do ser humano.

A TRAMA Logo nos primeiros anos do século 20, o clã Hubbard, composto pelos irmãos Ben (Rogério Fróes), Oscar (Ednei Giovenazzi) e Regina, quer investir no ramo da indústria têxtil na cidade norte-americana de Chicago com a ajuda do usurário Marshall (Roberto Pirillo). Estabelecidos na região há muitas gerações, os Hubbard enriqueceram de maneira ilícita com a exploração dos negros e pobres. Ben, o irmão mais velho, é um solteirão que induziu o irmão Oscar a se casar com Birdie (primeira personagem trágica interpretada por Joana Fomm), uma frágil e delicada aristocrata decadente e alcoólatra, e Regina é a protagonista da grande farsa da família Hubbard.

Casada com Lawrence, a caçula dos Hubbard pretende dobrar os irmãos, roubar o dinheiro do marido e ficar com os maiores lucros do negócio. Entretanto, ela depende da aprovação de Lawrence, fragilizada por graves problemas cardíacos. “E ele não aprova”, defende Sérgio Britto. O ator antecipa que o senhor Giddens faz um contrapeso aos valores deturpados pelos Hubbard. Quando Lawrence surge, contrário à negociata, as coisas pioram para a família de avarentos, pois se recusa a aderir à sociedade. “É um jogo capitalista permanente. E Lawrence não consente com isso. Há dez anos, sua mulher fala que não pode ir para a cama com ele. Até que, meu personagem descobre o que está acontecendo”, detalha. “É nesta hora que entro em polvorosa”, sublinha o inquieto e célebre ator.

O elenco da montagem é amparado pela participação dos novatos Pedro Osório (no papel de Léo, filho de Oscar e Birdie), Patrícia Werneck (Alexandra Giddens, adorável filha de Lawrence e Regina) e Aires Jorge (Cal) que, ao lado de Léa Garcia (Addie) completa o rol dos empregados da família Hubbard.

A trama de As Pequenas Raposas gerou uma história de tamanho sucesso que, no início dos anos 40, foi aclamada como a obra-prima da autora e adaptada para o cinema sob o título de Pérfida, produção dirigida por William Wyler e estrelada por Bette Davis.

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As Pequenas Raposas – De Lillian Hellman. Direção de Naum Alves. Com Beatriz Segall, Sérgio Britto e Joana Fomm. Estréia amanhã, às 21h. Temporada até o dia 16 de janeiro, de terça a sábado, às 21h, e domingo, às 20h, no Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Sul, Trecho 2). Ingressos a R$ 15 (inteira) e R$ 7 (meia para estudantes e idosos).

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    05/01/2005 0h00

    Cinco “velhas raposas” do teatro, tevê e cinema brasileiros se reúnem pela primeira vez no mesmo palco para encenar o que promete ser um dos mais interessantes espetáculos do novo ano. O texto de As Pequenas Raposas, da norte-americana Liliam Hellman, ganha forma com a experiência dos atores Sérgio Britto, Rogério Fróes, Joana Fomm, Léa Garcia e Beatriz Segall (que ainda assina a tradução da peça ao lado de Marco Antônio Guerra), regidos pela direção de Naum Alves de Souza.

    A montagem estréia temporada de duas semanas no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), hoje, e traduz com polêmica o berço do capitalismo ianque, no início do século 20, a partir da relação ambiciosa da família Hubbard, de novos ricos do sul dos Estados Unidos. “É um retrato da ganância que move aquela gente. O foco do espetáculo é o dinheiro. A cabeça do americano nasce pensando nisso e só se preocupa com a forma com que conseguirá aumentar sua renda”, dispara Sérgio Britto em entrevista ao Jornal de Brasília. “Aqui, essa idéia do capitalismo é levada às últimas conseqüências.

    Em As Pequenas Raposas, Britto – que no ano passado passou por Brasília com o monólogo Sérgio 80 – veste-se de um personagem que alimenta o mesmo desgosto pela cobiça capitalista que o próprio ator. Ele encarna Lawrence Giddens, um banqueiro local com problemas cardíacos que não tolera os gananciosos parentes da esposa, a não menos interesseira Regina Giddens (papel de Beatriz Segall).

    Escrita em 1939, a peça apresenta as raízes do capitalismo, a partir dos inescrupulosos Hubbard, que enriqueceram com a exploração de negros e pobres. O enredo criado por Hellman foi alvo da censura norte-americana na época, devido às diretas denúncias dos ilícitos mecanismos do novo regime econômico americano, no qual o poder e o dinheiro valem mais do que os valores morais do ser humano.

    A TRAMA Logo nos primeiros anos do século 20, o clã Hubbard, composto pelos irmãos Ben (Rogério Fróes), Oscar (Ednei Giovenazzi) e Regina, quer investir no ramo da indústria têxtil na cidade norte-americana de Chicago com a ajuda do usurário Marshall (Roberto Pirillo). Estabelecidos na região há muitas gerações, os Hubbard enriqueceram de maneira ilícita com a exploração dos negros e pobres. Ben, o irmão mais velho, é um solteirão que induziu o irmão Oscar a se casar com Birdie (primeira personagem trágica interpretada por Joana Fomm), uma frágil e delicada aristocrata decadente e alcoólatra, e Regina é a protagonista da grande farsa da família Hubbard.

    Casada com Lawrence, a caçula dos Hubbard pretende dobrar os irmãos, roubar o dinheiro do marido e ficar com os maiores lucros do negócio. Entretanto, ela depende da aprovação de Lawrence, fragilizada por graves problemas cardíacos. “E ele não aprova”, defende Sérgio Britto. O ator antecipa que o senhor Giddens faz um contrapeso aos valores deturpados pelos Hubbard. Quando Lawrence surge, contrário à negociata, as coisas pioram para a família de avarentos, pois se recusa a aderir à sociedade. “É um jogo capitalista permanente. E Lawrence não consente com isso. Há dez anos, sua mulher fala que não pode ir para a cama com ele. Até que, meu personagem descobre o que está acontecendo”, detalha. “É nesta hora que entro em polvorosa”, sublinha o inquieto e célebre ator.

    O elenco da montagem é amparado pela participação dos novatos Pedro Osório (no papel de Léo, filho de Oscar e Birdie), Patrícia Werneck (Alexandra Giddens, adorável filha de Lawrence e Regina) e Aires Jorge (Cal) que, ao lado de Léa Garcia (Addie) completa o rol dos empregados da família Hubbard.

    A trama de As Pequenas Raposas gerou uma história de tamanho sucesso que, no início dos anos 40, foi aclamada como a obra-prima da autora e adaptada para o cinema sob o título de Pérfida, produção dirigida por William Wyler e estrelada por Bette Davis.

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    As Pequenas Raposas – De Lillian Hellman. Direção de Naum Alves. Com Beatriz Segall, Sérgio Britto e Joana Fomm. Estréia amanhã, às 21h. Temporada até o dia 16 de janeiro, de terça a sábado, às 21h, e domingo, às 20h, no Centro Cultural Banco do Brasil (Setor de Clubes Sul, Trecho 2). Ingressos a R$ 15 (inteira) e R$ 7 (meia para estudantes e idosos).

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