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Em nome da vida

Arquivo Geral

14/06/2003 0h00

Temos a idade contra nós, mas não desistimos.” Com essa frase, o aposentado José de Paiva Ferreira, de 77 anos, resume o espírito do grupo teatral Viva a Vida, formado por 14 “jovens senhores” com mais de 55 anos (são dez mulheres e quatro homens). Paiva, como é chamado pelos colegas, é um dos mais “experientes” do grupo. Português, chegou ao Brasil há 50 anos e mora em Brasília desde 1960. Mesmo gripado, como no dia dessa entrevista, ele não desanima. “Sou um dos mais entusiasmados. Estou muito ansioso com a estréia de nosso novo espetáculo”, conta. O Viva a Vida ensaia desde o início do ano a peça Portal das Pontes, que será apresentada no próximo final de semana (sexta, sábado e domingo), no Centro Cultural Brasília. A história se passa numa pequena cidade de interior, que tem sua rotina transformada com a chegada de um circo. Sarita, a vidente do circo, vira o centro das atenções da cidade. “É um orgulho interpretar uma das principais personagens do espetáculo”, conta Cleusa Cantuária, 58 anos, professora aposentada. Extrovertida e desinibida, Cleusa tem no currículo mais dois trabalhos: as peças O Espírito da Coisa e A Viagem de Férias. “O melhor do teatro, na minha opinião, é poder distribuir alegria e reflexão para o povo brasileiro”, afirma. Maria da Conceição Borges, 75 anos, é a veterana do grupo. Faz parte dele desde sua fundação, há três anos. Tem até um nome artístico: Katita. Mãe de 11 filhos, avó de 24 netos e bisavó de 5 bisnetos, Katita vai interpretar a matriarca da cidade, na peça Portal das Pontes, e garante: “Toda minha família estará na plátéia!” O grupo não se encontra somente durante os ensaios. Lanches e passeios para assistirem outras peças fazem parte da agenda deles. A última confraternização foi na casa de Suzana de Cunto, advogada, caçula da turma, com 55 anos. “Participei de outros grupos de pessoas mais jovens, mas a alegria e a empolgação deles não tem igual”, relata a gaúcha, que irá interpretar uma médica. Rubídia Batista, 75 anos, é prova de como esse convívio faz bem para eles. Com artrose nos joelhos, tendo que andar de bengalas, não abandona os palcos. “Estou no grupo desde o início e não largo de jeito nenhum”, garante a bisavó orgulhosa de duas crianças. A beata fofoqueira de Portal das Pontes, a mineira Amélia Nogueira, de 72 anos, diz que dedicou toda sua vida à família. “Agora não, tenho um tempo só para mim. Aqui, esqueço de tudo e vivo um sonho alegre, que é o teatro”, desabafa.

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