Ao longo de toda sua vida profissional, desde os tempos em que arrendava um horário semanal na antiga TV Paulista, depois TV Globo, e depois como dono do SBT, Sílvio Santos nunca perdeu a mania de copiar o que assistia no México ou canais hispânicos dos Estados Unidos e adaptar por aqui. Até hoje é assim. Os resultados alcançados em todo este tempo nos levam a reconhecer que ele se deu bem. O programa de auditório e a sua rede de televisão sempre registraram índices muito bons de audiência. O nosso herói não mudou. As novidades importadas continuam ocupando espaços importantes na sua programação, só que os resultados de audiência registrados nos últimos tempos revelam que houve importante alteração no comportamento do público. Uma queda bem acentuada nos índices vem ocorrendo de uns dois ou três anos para cá na média do SBT, demonstrando que o telespectador de hoje não digere mais com a mesma facilidade de antes programações de qualidade duvidosa e que nada têm a ver com a nossa realidade. E aí se incluem as novelas. Tanto as que são simplesmente dubladas e colocadas no ar, como a que, com todo jeitão mexicano, é produzida por aqui, mas copia fielmente o que foi feito lá fora. Sílvio Santos não é uma pessoa fácil. Não escuta praticamente ninguém e até pelo que conseguiu ao longo da vida, se julga acima do bem e do mal. Isto pode levar o SBT, se não mudar o seu jeito de ser, a uma situação difícil e perder importante terreno que conquistou ao longo desses seus quase 24 anos de existência.