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Cria fama e deita-te na cama

Arquivo Geral

20/04/2003 0h00

Vez por outra a Globo dá a impressão de impor estrelas. Que o diga quem acompanha, nem que seja eventualmente, Agora é que São Elas, folhetim das seis da tarde que parece um cozidão de filmes já vistos.

Começa com a forma com que a trama foi apresentada à imprensa. A primeira pergunta que não queria calar – sobre a escalação de Miguel Falabella e Marisa Orth, o casal Sai de Baixo, para dois destacados papéis – nem precisou ser proferida. Logo na entrada da entrevista, o diretor Roberto Talma antecipou-se: “Antes que alguém me pergunte por que escalei Falabella e Marisa Orth, explico que é porque os dois não são João Kleber e Luciana Gimenez, duas m… “. A ética do rapaz devia estar de dieta naquele dia, e repercutiu mal ao sinalizar a necessidade de apagar a vela do vizinho para a dele brilhar. Mas isso são bastidores.

O que pega é que, vamos combinar, minha gente, ali na trama ainda não foi possível conhecer Juca Tigre e Van Van – personagens respectivos de um e de outro –, mas sim o velho Caco e sua Magda. Se há diferenças, são tênues o suficiente para não terem surtido efeito.

Nada contra o potencial dramático de Miguel Falabella, por exemplo – que em outras ocasiões já desempenhou com a maior competência papéis de outro perfil. Tampouco Marisa Orth é talento descartável: sua veia cômica continua merecendo aplausos. A questão é que os trejeitos dos dois parecem manter o padrão daquele humorístico que já foi embora tarde. E talvez os personagens é que não estejam ajudando.

Vai me dizer que convence o tom autoritário e a cara de mau de Juca Tigre, a todo momento dando a impressão de que Caco Antibes vai baixar? E a Van Van de Marisa só não é tão burra como Magda, mas traqueja pelo mesmo caminho.

Conhece aquela máxima do “cria fama e deita-te na cama”? Pois é. Fabricam-se ídolos que parecem ser do agrado da cúpula e ponto final. O público jaz na subestima. E os outros canais, com menos alarde e empáfia, vão crescendo.

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    Arquivo Geral

    20/04/2003 0h00

    Vez por outra a Globo dá a impressão de impor estrelas. Que o diga quem acompanha, nem que seja eventualmente, Agora é que São Elas, folhetim das seis da tarde que parece um cozidão de filmes já vistos.

    Começa com a forma com que a trama foi apresentada à imprensa. A primeira pergunta que não queria calar – sobre a escalação de Miguel Falabella e Marisa Orth, o casal Sai de Baixo, para dois destacados papéis – nem precisou ser proferida. Logo na entrada da entrevista, o diretor Roberto Talma antecipou-se: “Antes que alguém me pergunte por que escalei Falabella e Marisa Orth, explico que é porque os dois não são João Kleber e Luciana Gimenez, duas m… “. A ética do rapaz devia estar de dieta naquele dia, e repercutiu mal ao sinalizar a necessidade de apagar a vela do vizinho para a dele brilhar. Mas isso são bastidores.

    O que pega é que, vamos combinar, minha gente, ali na trama ainda não foi possível conhecer Juca Tigre e Van Van – personagens respectivos de um e de outro –, mas sim o velho Caco e sua Magda. Se há diferenças, são tênues o suficiente para não terem surtido efeito.

    Nada contra o potencial dramático de Miguel Falabella, por exemplo – que em outras ocasiões já desempenhou com a maior competência papéis de outro perfil. Tampouco Marisa Orth é talento descartável: sua veia cômica continua merecendo aplausos. A questão é que os trejeitos dos dois parecem manter o padrão daquele humorístico que já foi embora tarde. E talvez os personagens é que não estejam ajudando.

    Vai me dizer que convence o tom autoritário e a cara de mau de Juca Tigre, a todo momento dando a impressão de que Caco Antibes vai baixar? E a Van Van de Marisa só não é tão burra como Magda, mas traqueja pelo mesmo caminho.

    Conhece aquela máxima do “cria fama e deita-te na cama”? Pois é. Fabricam-se ídolos que parecem ser do agrado da cúpula e ponto final. O público jaz na subestima. E os outros canais, com menos alarde e empáfia, vão crescendo.

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