Outros achados também estão nos arquivos de gravadoras como Universal e Sony. “Há muita coisa que ainda não foi aproveitada. Não entendo bem por que o Raul vende muito. Qualquer coisa dele tem mercado garantido”, diz Sylvio.

O próprio Raul Rock Club possui um arquivo valioso com gravações inéditas, versões alternativas e sobras de gravações de Raul Seixas. Sylvio quer criar um selo independente e lançar o material com tiragem limitada para fãs e estudiosos. “Tudo isso está comigo, mas não me considero o dono das gravações. Sou só o guardião. O trabalho do Raul pertence ao povo brasileiro. E um dia todo mundo que gosta do Raul terá acesso a isso.”

Sylvio diz que Raul costumava dar de presente a amigos gravações inéditas feitas em casa. “Ele não estava nem aí para a indústria fonográfica”. Resultado disso, são as raridades agregadas pelo Raul Rock Club. “Vale ressaltar que tudo o que temos de Raul não é nosso, mas do público”, diz.

Há nove anos, o presidente do Raul Rock Club disponibilizou no mercado uma relíquia de Raul Seixas que pode ser facilmente encontrado nas lojas. O álbum intitulado Se o Rádio Não Toca mostra na íntegra show do Maluco Beleza realizado em Brasília no ano de 1974, logo depois de lançar seu segundo LP, Gita.

O show foi gravado pelo próprio Raul. “Ele tinha essa mania de gravar somente para conferir depois como teria sido sua apresentação”, conta Sylvio Passos, que na década de 80 recebeu das mãos do ídolo o rolo de fita com o show.

Além de lançar esses raros registros fonográficos de Raulzito, Sylvio é autor dos livros Raul por Ele Mesmo e Antologia. Em disco, produziu as coletâneas Documento, Baú do Raul, Raul Rock Vol. II e Let me Sing.