A estrela de um dos filmes selecionados para concorrer na mostra competitiva do V Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), em Goiás Velho, na quinta-feira, arrancou gritinhos histéricos da platéia. Não foi nenhum candidato ao posto de Rodrigo Santoro, mas centenas, milhares de baratas. Isso mesmo, barata! O satírico documentário alemão Coquetel de Baratas, dirigido por Brigitte Krause, convidou a platéia a entrar num mundo no qual “você pisava”. Durante os 67 minutos da obra, foram mostradas diversas curiosidades sobre este inseto. O incrível e inacreditável é que o filme jura que as malditas baratas são importantes para o meio ambiente porque comem os detritos de alimentos e animais mortos e que, por este motivo, não devem ser mortas. Acompanhar toda a mostra competitiva do V Fica é uma verdadeira maratona visual. No segundo dia do evento, quarta-feira, foram mais de seis horas em frente à telona. Ao todo foram exibidos oito trabalhos diferentes envolvendo sete países na produção. Só a Índia, famosa pela quantidade de produções cinematográficas, mostrou três filmes. No terceiro dia de exibições, quinta-feira, a mostra competitiva começou com um vídeo produzido por uma estudante da Universidade Federal de Goiás (UFG), Patrícia Bringel. Ela foi, em 2002, à Conferência Rio+10 em Joanesburgo, na África do Sul, e trouxe na bagagem Amandla, um Mundo Sustentável é Possível, vídeo que enfoca a discussão mundial sobre a sustentabilidade e o progresso sem destruição ambiental.
Cânticos da Terra, da brasileira Elisa Maria Cabral, apresentado quinta-feira, também surpreenseu. Da terra até o prato, pronta para ser consumida em forma de farinha torrada, a mandioca é o tema do curta. O vídeo mostra, em cinco minutos sem nenhum diálogo, o ritmo dos trabalhos na extração da raiz, em João Pessoa.