Menu
Promoções

Adeus ao nego Dito

Arquivo Geral

14/06/2003 0h00

Ocorpo do cantor e compositor Itamar Assumpção foi sepultado, ontem, no Cemitério Jardim das Colinas, em São Bernardo do Campo (SP). O nego Dito, como também era conhecido o músico paulista que marcou a vanguarda da Música Popular Brasileira na virada dos anos 70/80, ao lado de Arrigo Barnabé, morreu na noite da última quinta-feira, em sua casa, na capital paulista, ao lado da mulher, vítima de câncer no intestino, aos 53 anos. O músico sofria com a doença há quatro anos e fazia tratamento no Hospital do Câncer, mas optou por se tratar em casa. Segundo amigos, sentia-se fraco por causa dos efeitos da quimioterapia. Francisco José Itamar de Assumpção nasceu em Tietê, interior de São Paulo, em 13 de setembro de 1949. Ele deixa mulher e duas filhas, Anelis, 23, e Serena, 26, também cantoras. Bisneto de escravos, Itamar Assumpção chegou tarde ao disco. Depois de anos militando como “alternativo” na cena paulistana, ele chegou tardiamente ao disco, aos 31 anos, em 1980. A estréia trouxe uma inusitada mistura de reggae, samba, rock e funk. O prenúncio desse trabalho aconteceu no Festival da Tupi, em 1979, quando ele lançou a performática banda Sabor de Veneno. No total, foram oito álbuns. O mais recente trabalho, PretoBrás, data de 1998. Itamar Assumpção, que estava sem gravadora, preparava um CD independente e um livro para lançar no segundo semestre deste ano. Conhecido como “maldito da MPB”, o músico misturou samba com rock e funk, entre outros ritmos, em letras impregnadas de sátira e crítica social. Itamar Assumpção sofreu forte influência de sua ascendência angolana, dado os batuques do terreiro de candomblé no quintal de sua casa. Ao lado do amigo Arrigo Barnabé, da banda Sabor de Veneno, e dos grupos Premeditando o Breque e Rumo – a chamada “vanguarda paulista” que que lançou, ainda, Ná Ozetti e Vânia Bastos – ele foi um dos líderes do movimento que marcou o início dos anos 80 na MPB. Experimentalista, foi influenciado Adoniran Barbosa, Cartola, Jimi Hendrix e Miles Davis, além dos poetas Paulo Leminski e Alice Ruiz. Assumpção aprendeu a tocar sozinho violão e, ouvindo Jimmy Hendrix e arranjos de baixo e bateria, apaixonou-se pelo baixo.

    Você também pode gostar

    Adeus ao nego Dito

    Arquivo Geral

    14/06/2003 0h00

    Ocorpo do cantor e compositor Itamar Assumpção foi sepultado, ontem, no Cemitério Jardim das Colinas, em São Bernardo do Campo (SP). O nego Dito, como também era conhecido o músico paulista que marcou a vanguarda da Música Popular Brasileira na virada dos anos 70/80, ao lado de Arrigo Barnabé, morreu na noite da última quinta-feira, em sua casa, na capital paulista, ao lado da mulher, vítima de câncer no intestino, aos 53 anos. O músico sofria com a doença há quatro anos e fazia tratamento no Hospital do Câncer, mas optou por se tratar em casa. Segundo amigos, sentia-se fraco por causa dos efeitos da quimioterapia. Francisco José Itamar de Assumpção nasceu em Tietê, interior de São Paulo, em 13 de setembro de 1949. Ele deixa mulher e duas filhas, Anelis, 23, e Serena, 26, também cantoras. Bisneto de escravos, Itamar Assumpção chegou tarde ao disco. Depois de anos militando como “alternativo” na cena paulistana, ele chegou tardiamente ao disco, aos 31 anos, em 1980. A estréia trouxe uma inusitada mistura de reggae, samba, rock e funk. O prenúncio desse trabalho aconteceu no Festival da Tupi, em 1979, quando ele lançou a performática banda Sabor de Veneno. No total, foram oito álbuns. O mais recente trabalho, PretoBrás, data de 1998. Itamar Assumpção, que estava sem gravadora, preparava um CD independente e um livro para lançar no segundo semestre deste ano. Conhecido como “maldito da MPB”, o músico misturou samba com rock e funk, entre outros ritmos, em letras impregnadas de sátira e crítica social. Itamar Assumpção sofreu forte influência de sua ascendência angolana, dado os batuques do terreiro de candomblé no quintal de sua casa. Ao lado do amigo Arrigo Barnabé, da banda Sabor de Veneno, e dos grupos Premeditando o Breque e Rumo – a chamada “vanguarda paulista” que que lançou, ainda, Ná Ozetti e Vânia Bastos – ele foi um dos líderes do movimento que marcou o início dos anos 80 na MPB. Experimentalista, foi influenciado Adoniran Barbosa, Cartola, Jimi Hendrix e Miles Davis, além dos poetas Paulo Leminski e Alice Ruiz. Assumpção aprendeu a tocar sozinho violão e, ouvindo Jimmy Hendrix e arranjos de baixo e bateria, apaixonou-se pelo baixo.

      Você também pode gostar

      Assine nossa newsletter e
      mantenha-se bem informado