Depois de uma longa estiagem – o último álbum é de 1999 – e quatro discos que não deixaram nem os fãs mais antigos nem a crítica felizes, o Metallica volta à ativa hoje, com o lançamento mundial de St. Anger, um vigoroso e agressivo repertório. No embalo do CD, sai também o DVD de mesmo título, gravado ao vivo num clima absolutamente garage. Não fosse a presença dos câmeras e de alguns técnicos, a filmagem passaria facilmente por um ensaio, inclusive com as brincadeiras e piadas que acontecem entre uma música e outra.
A sonoridade de St. Anger, nos momentos pesados, lembra o Metallica do Master of Puppets, cheio de paradas e com riffs que grudam na cabeça (marca registrada da banda). Nas horas mais leves, o Load se faz presente. Vale a pena conferir, sobretudo, as faixas Frantic, St. Anger, Dirty Window e Sweet Amber.
Apesar da potência das guitarras, fazem falta os elaborados solos de Kirk Hammett. A banda optou por carregar na parede de acordes e na bateria que mais parece uma metralhadora, com seus bumbos invertidos, característicos do baterista dinamarquês Lars Ulrich.
Como estratégia de marketing e prevenindo-se à pirataria, o novo disco do Metallica traz uma senha de registro no site oficial da banda que permite o download de músicas inéditas e cadastro para recebimento de e-mails com notícias e outros privilégios. St. Anger é o primeiro disco do Metallica gravado com o novo baixista, Robert Trujillo, ex- Suicidal Tendencies e ex-Ozzy, que agora conta com Jason Newsted (ex-Metallica!) no baixo. Dá para notar que ele já está perfeitamente ambientado aos outros três pancadeiros.