Toda vez que esse assunto é levantado, surgem as mais diversas manifestações da “patrulha de plantão”. Não tem problema nenhum, mesmo porque ninguém aqui é candidato a papa. Longe de nós a idéia de agradar a todo mundo. Aliás, nos tempos de agora, guardadas as devidas proporções, nem Sua Santidade tem chegado a tanto. Dá vergonha, como jornalista e telespectador, ver o que a televisão faz em cima de toda e qualquer tragédia, querendo transformar em espetáculo a desgraça de terceiros. E não dá pra livrar ninguém. Todas as emissoras fazem isto, umas mais, outras menos. Os requintes de crueldade são os mesmos até como forma de segurar a audiência e conseguir o chamado “furo de reportagem”. Isto é o que se viu, para utilizar exemplos mais recentes, no incêndio de um prédio no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, ou nas conseqüências das enchentes em São Bernardo do Campo. Há uma camuflada torcida para ver alguém se queimando, se jogando de um prédio, morrendo afogado etc. Distorcem o que a imagem revela e pintam, se não bastasse o que é mostrado, o quadro com cores ainda mais berrantes. O exagero chega a limites tão absurdos, que um desses narradores tentou interpretar e passar para os seus telespectadores o que estaria pensando um cachorro que acabava de perder os seus donos. É ou não é um pouco demais?.