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Política & Poder

Rodrigo Maia vence Rosso e é eleito presidente da Câmara dos Deputados

Arquivo Geral

14/07/2016 3h23

DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Millena Lopes, com agências
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Não adiantou pregar o discurso da união pelo País. Não adiantou a chorada fala com direito à citação aos “humildes” pais e ressaltar que era vizinho do Congresso Nacional. Tampouco funcionou o convite para o adversário e presidente eleito da Câmara dos Deputados – Rodrigo Maia (DEM-RJ) – posar para a foto ao lado dele, na tribuna. A declaração de apoio ao presidente Michel Temer também não colou. Desta vez, Rogério Rosso (PSD-DF) não levou o mandato tampão para suceder Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Casa.

“A foto que temos que tirar aqui é uma foto de todos os candidatos de mãos dadas, para dizer que, a partir de agora, começa uma nova Câmara dos Deputados”, disse o ex-governador do DF, ao fazer campanha. Com 106 votos, ele ficou em segundo lugar na disputa em primeiro turno – Maia contou com 120 apoios dos 494 votantes. No segundo turno, o placar ficou em 285 a 170, com cinco votos brancos.

Foi a antiga oposição – formada por PSDB, DEM, PPS e PSB – que garantiu a vitória a Maia, que, no segundo discurso, convidou os parlamentares a virarem a página que envergonha a todos: “Vamos colocar essa Casa para funcionar como sonhamos e como merecemos”.

Rosso ainda foi considerado por alguns parlamentares como candidato de Eduardo Cunha, embora ele tenha sustentado até o fim que a tese foi desconstruída com a quantidade de candidatos dos partidos da base. Dos 17 candidatos inscritos inicialmente, apenas 13 concorreram, de fato.

Alinhado ao planalto

O deputado do DF deixou claro, no discurso, que estará alinhado com o presidente interino Michel Temer. “É obrigação de qualquer comandante garantir a governabilidade, a estabilidade do governo”, ressaltou. Criticou o discurso de “golpe” que os petistas sustentam em relação a Temer e foi incisivo: “Cumprir a Constituição não é golpe”.

A obrigação do presidente da Câmara, ele observou, é colocar em votação as matérias de interesse do País. “Uma eleição como esta precisa ter um significado de mudança, de renovação e, principalmente, de honrar o voto do povo brasileiro”, discursou.

Planalto atuou contra peemedebista

O Palácio do Planalto atuou fortemente nos bastidores para esvaziar a candidatura do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) e deixar a disputa entre aliados do governo. Apesar de integrar o mesmo partido de Temer, Castro votou contra o impeachment de Dilma Rousseff e tentou viabilizar a candidatura tendo como base partidos de oposição, como PT, PDT e PCdoB.

O governo trabalhou para fortalecer os dois principais grupos da base: tentou unificar o “centrão” em torno de Rosso e ajudar Maia, da “antiga oposição”.

Apesar do discurso de que não iria interferir, Temer incumbiu ministros de negociarem. Alguns parlamentares disseram que promessas de nomeação para o Ministério do Turismo e diretorias de empresas teriam entrado na lista de ofertas.

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