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Política & Poder

Ministério da Saúde volta atrás e afirma não ter intenção de comprar vacina chinesa

“Não há intenção de compra de vacinas chinesas”, afirmou o secretário-executivo da pasta

Redação Jornal de Brasília

21/10/2020 12h02

A vacina Coronavac tem gerado discussões públicas e polêmicas nas últimas horas. Na terça (20), o Ministério da Saúde havia anunciado que compraria 46 milhões de doses do medicamento em produção para combate à covid-19. No entanto, nesta quarta (21), o secretário-executivo Élcio Franco veio à público para anunciar que a pasta voltou atrás.

“Não há intenção de compra de vacinas chinesas”, afirmou Franco, na manhã desta terça (21). “Não houve qualquer compromisso com o governo do estado de São Paulo ou seu governador no sentido de aquisição de vacinas contra Covid-19”, completou.  A vacina vem sendo desenvolvida pela farmacêutica Sinovac Biotech e, no Brasil, tem parceria com o instituto Butantan. As doses seriam entregues até dezembro deste ano.

A declaração vem após Bolsonaro usar as redes sociais para dizer que não vai comprar as doses.

Pelo Twitter, nesta quarta-feira (21), Bolsonaro classificou a Coronavac como “a vacina chinesa de João Doria” e disse que qualquer vacina precisará ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “O povo brasileiro não será cobaia de ninguém”, declarou.

Bolsonaro disse também que “não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”. “Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, concluiu.

O novo posicionamento do Ministério da Saúde ressalta o embate do governo federal com o governador João Doria. Na semana passada, o Doria disse que todos os moradores do estado serão obrigados a tomar a vacina para conter a disseminação do novo coronavírus. O presidente rebateu por mais de uma vez, afirmando que não vai tornar obrigatória a vacinação.

Veja a fala do secretário-executivo na íntegra:

“Sobre a reunião de ontem, realizada no Ministério da Saúde, por meio de vídeo conferência com governadores, esclarece-se o seguinte:

Houve uma interpretação equivocada da fala do Ministro da Saúde. Em momento nenhum a vacina foi aprovada pela pasta, pois qualquer vacina depende de análise técnica e aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

Destaca-se que o governo Federal, por intermédio do Ministério da Saúde, tem envidado esforços na direção de proteger a população por intermédio de várias ações, como:

  • a adesão na iniciativa Covax Facility, com a opção de compra de vacinas;
  • o contrato de encomenda tecnológica AztraZeneca/Oxford com insumos estrangeiros em um primeiro momento para o escalonamento de 100,4 milhões de doses e transferência tecnológica para produção própria de insumos. O que possibilitará que a Fiocruz produza mais 110 milhões de doses no segundo semestre de 2021.

Não houve qualquer compromisso com o governo do estado de São Paulo ou seu governador, no sentido de aquisição de vacinas contra Covid-19.

Tratou-se de um protocolo de intenção entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan, sem caráter vinculante, grande parceiro do MS na produção de vacinas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Mais uma iniciativa para tentar proporcionar vacina segura e eficaz para a nossa população, neste caso com uma vacina brasileira, caso fiquem disponíveis antes das outras possibilidades. Não há intenção de compra de vacinas chinesas.

A premissa para aquisição de qualquer vacina prima pela segurança, eficácia (ambos conforme aprovação da Anvisa), produção em escala, e preço justo. Quando qualquer vacina estiver disponível, certificada pela Anvisa e adquirida pelo Ministério da Saúde, ela será oferecida aos brasileiros por meio do PNI e, no que depender desta Pasta, não será obrigatória.”

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