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Política & Poder

Bolsonaro escala contra-almirante para ‘gerenciar’ transição no Ministério da Saúde

No Ministério da Saúde ele não terá um cargo específico. Sua missão será de auxiliar Teich, atuando como um gerente da transição

Redação Jornal de Brasília

17/04/2020 10h23

O presidente Jair Bolsonaro participa da solenidade de posse do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem

O presidente Jair Bolsonaro designou o contra-almirante Flávio Rocha, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), para auxiliar na transição do Ministério da Saúde. O oncologista Nelson Teich assume a pasta nesta sexta-feira, 17, no lugar de Luiz Henrique Mandetta, que travava uma queda de braço com o presidente nos últimos dias sobre a melhor estratégia de enfrentamento da crise do coronavírus.

Rocha foi nomeado em fevereiro na SAE e se tornou um dos principais assessores de Bolsonaro, com presença constante em reuniões. Sua função é ser uma espécie de “filtro dos problemas” que chegam ao gabinete presidencial. Na época, a nomeação do contra-almirante foi vista por auxiliares no Palácio do Planalto como uma tentativa de Bolsonaro de se afastar da ala radical do seu time, composta principalmente pelos chamados “olavistas”, seguidores do escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo.

No Ministério da Saúde ele não terá um cargo específico. Sua missão será de auxiliar Teich, atuando como um gerente da transição. Interlocutores do Planalto temem a falta de experiência no mundo político e na gestão pública do novo ministro.

Ao falar ontem sobre a troca no Ministério da Saúde a alguns apoiadores, Bolsonaro afirmou que indicará nomes para integrar a equipe de Teich. Segundo interlocutores do presidente, ele dará o tempo necessário para que o oncologista faça a transição.

“Ele (Teich) vai nomear boas pessoas, eu vou indicar algumas pessoas também, porque é um ministério muito grande. Foram sugeridos nomes sim, para começar a formar um ministério que siga a orientação do presidente de ver o problema como um todo e não uma questão no particular”, afirmou o presidente, na portaria do Palácio da Alvorada.

A interferência direta do presidente é uma mudança em relação à autonomia que Bolsonaro deu a Mandetta. O agora ex-ministro sempre ressaltou que compôs a equipe com nomes majoritariamente técnicos, aos quais deu também protagonismo nas ações de combate à pandemia do novo coronavírus. Havia na equipe também políticos de carreira na assessoria de ministro, como os ex-deputados José Carlos Aleluia e Abelardo Lupion, ambos do DEM.

Ao anunciar sua demissão, Mandetta também se colocou à disposição do novo ministro para auxiliar na transição e sugeriu que alguns auxiliares possam ficar no cargo, evitando, assim, um “apagão” no corpo técnico com uma eventual debandada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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