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Política & Poder

“A corrupção é o câncer da sociedade”

O delegado da Polícia Federal desde 2008 Luciano Leiro, tem se destacado no DF na área da Segurança Pública e no combate à corrupção e ao crime organizado

Lindauro Gomes

28/08/2019 6h34

FOTO_RAYAN RIBEIRO

Lucas Valença
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Com uma trajetória marcante dentro da corporação, o delegado da Polícia Federal desde 2008 Luciano Leiro, 48 anos, tem se destacado no Distrito Federal na área da Segurança Pública e no combate à corrupção e ao crime organizado. Leiro é defensor da operação Lava Jato e tem procurado reforçar a defesa nos projetos legislativos que fortalecem a atuação da PF e outros órgãos vinculados ao sistema judicial.

De 2008 a 2010, Leiro integrou o Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Administração da Superintendência da Polícia Federal no DF. “A corrupção é o câncer da sociedade. Por isso, é necessário fortalecer os órgãos de Estado que atuam neste enfrentamento”, afirmou.

Sobre as revelações nos últimos meses, trazidas pelo site The Intercept, de que integrantes da operação Lava Jato teriam cometido abusos durante a operação, o delegado entende que os áudios “não maculam a operação de forma alguma“. Segundo ele, a Lava Jato contou com provas “robustas” e que passaram pelo crivo de julgadores de primeira e segunda instância.

Além de ter algumas decisões referendadas pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal. “Temos que ter em mente que a operação é muito maior do que o ministro Moro, o delegado Márcio Anselmo, o promotor Deltan Dallagnol. O conjunto de provas é extenso”, disse.

Como vice-presidente da Associação Nacional dos Delegados da PF, Leiro tem procurado fortalecer a instituição. Muitas das medidas, como a autonomia da PF, precisam de mudança legal, mas são buscadas pelo filiado. “A polícia precisa ser de Estado e não de governo. Outras leis também são importantes. É importante acabar com o foro privilegiado, aprovar o pacote anticrime do (ministro Sérgio) Moro e reformar o código de processo penal que já está no Congresso“, defendeu.

A mudança na legislação penal e na lei de execuções penais foi enfatizada pelo delegado. Segundo ele, a “política de desencarceramento que hoje existe é equivocada”. Um maior investimento nas polícias também foi defendido. “A Segurança Pública tem que ser entendida como a última barreira para o caos, quando todos os outros setores do Estado falharam. É vital, no entanto, fortalecer as polícias com mais concursos, mais autonomia“, ressaltou.

Para ele, um modelo de segurança pública efetivo passa por uma ação conjunta de vários órgãos do Estado. “O uso de drogas, por exemplo, é um caso de saúde pública. Também é preciso tirar as crianças e jovens das ruas e colocar em escolas de tempo integral. Se o Estado não cuidar das suas crianças, os traficantes irão. A repressão sozinha não vai conseguir resolver o problema, será um mero paleativo”, ponderou.

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