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Saúde

Seis capitais param vacinação de adolescentes contra Covid após nova regra do Ministério da Saúde

Segundo levantamento da Folha de S.Paulo, a vacinação foi interrompida ao menos em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Maceió, Natal e Salvador

FolhaPress

16/09/2021 21h11

Foto: REUTERS/Dado Ruvic

SÃO PAULO, SP

Seis capitais anunciaram nesta quinta-feira (16) a suspensão da vacinação de adolescentes contra a Covid-19 depois de nova orientação divulgada pelo Ministério da Saúde na quarta (15). Segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo, a vacinação foi interrompida ao menos em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Maceió, Natal e Salvador. Outras capitais decidiram manter a imunização desse grupo, como Rio de Janeiro e São Paulo, ou estão com indefinição em relação ao tema.

Em nota da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, vinculada ao Ministério da Saúde, a pasta diz ter revisado a recomendação para imunização de adolescentes sem comorbidades. O órgão federal restringiu o esquema vacinal ao público de 12 a 17 anos com comorbidades ou deficiência e aos privados de liberdade. A decisão pegou estados e municípios de surpresa.

Na Bahia, a prefeitura de Salvador seguiu a recomendação do ministério e suspendeu ainda na manhã desta quinta a vacinação de adolescentes entre 12 e 17 anos. A imunização foi mantida para as pessoas nesta faixa de idade com comorbidades, deficiência permanente ou privadas de liberdade.

A capital baiana já havia vacinado adolescentes de 15 a 17 anos e estava imunizando os jovens na faixa de 14 anos. Ao todo, já receberam a dose 47.653 adolescentes entre 12 e 17 anos, cerca de 30% do público-alvo na cidade. A prefeitura de Belo Horizonte, que não havia fechado data para iniciar a imunização dos adolescentes sem comorbidades contra a Covid-19, informou que não vai vacinar adolescentes acima de 12 anos desse grupo contra a doença.

A Secretaria da Saúde de Belém também afirmou que seguirá a orientação do governo federal e suspenderá a vacinação de adolescentes sem comorbidades. Na cidade, adolescentes de 17 anos já haviam sido imunizados. Após a nota do governo federal, as prefeituras de Curitiba e Maceió também anunciaram nesta quinta que vão suspender a vacinação dos jovens de 12 a 17 anos sem comorbidades.

Está mantida, porém, a imunização dessa faixa etária nos casos de deficiência permanente ou alguma comorbidade.
Em Natal, a prefeitura começaria nesta quinta a imunização de adolescentes de 17 anos sem comorbidades, mas suspendeu a campanha por precaução, devido à nota.

Em oito capitais, pelo contrário, a vacinação seguirá e, em outras duas, as prefeituras estão aguardando detalhes do PNI (Programa Nacional de Imunizações). São os casos de Manaus e Florianópolis. A prefeitura de Manaus afirmou que a equipe técnica do município ainda decidirá se suspende ou não a vacinação, que já foi iniciada para esse grupo etário há mais de um mês, em 14 de agosto. Já Florianópolis também vai deliberar sobre o assunto e aguarda posicionamento do PNI. Em Palmas, o anúncio da suspensão fez a prefeita, Cinthia Ribeiro (PSDB), usar as redes sociais para criticar a nota informativa do Ministério da Saúde.

“É muita desorganização esse PNI. Toda hora precisamos ajustar no meio do caminho ‘o que pode ou não pode’, sem contar os desafios de lidar com a falta de imunizantes. Tá osso!”, escreveu. Entre as capitais que decidiram manter a vacinação estão São Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju, Porto Velho, Porto Alegre, Rio Branco, Goiânia e Campo Grande. Na capital paulista, até 15 de setembro, foram aplicadas 712.499 primeiras doses em adolescentes de 12 a 17 anos de idade, representando 84,4% de cobertura vacinal do público, estimado em 844.073 pessoas. A gestão de Ricardo Nunes (MDB) afirmou em nota que, por esse motivo, não interromperá a vacianção dessa faixa etária.

O governo de São Paulo disse lamentar a decisão do Ministério da Saúde e afirmou que ela vai na contramão de autoridades sanitárias de diversos países. “A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles”, diz trecho de nota enviada pela gestão de João Doria (PSDB).

No Rio, a prefeitura decidiu manter a vacinação dos adolescentes de 14 anos, já marcada para esta quinta e sexta. A secretaria municipal de Saúde afirma que a recomendação do ministério leva em consideração o momento de escassez de vacinas.

Na capital fluminense, informam ainda, a vacinação de adolescentes de 12 e 13 anos será submetida na próxima quarta-feira (22) ao Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19, que avaliará as ponderações do ministério. A secretaria também reforça que o assunto está em discussão no Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).
Ao manter a vacinação, Aracaju alega que a nota do ministério “não suspende ou proíbe a administração de vacina em adolescentes sem comorbidades”.

Porto Velho tomou decisão semelhante e informou que não suspenderá, neste momento, a aplicação das doses nos adolescentes, pois tem estoque suficiente para atender a todos os perfis específicos dessa faixa etária. Já a prefeitura de São Luís informou que vacinou 100% dos adolescentes de 12 a 17 anos cadastrados em seu sistema e que a OMS (Organização Mundial da Saúde) orienta a garantia de aplicação das duas doses para completar o ciclo de vacinação.

Por isso, aguarda esclarecimentos para adotar novas diretrizes na campanha municipal de vacinação. Cuiabá e Teresina ainda não começaram a vacinar os adolescentes sem comorbidades.

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