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Saúde

Países aliviam isolamento para evitar paralisia pela ômicron

O alto grau de contágio da ômicron e as consequentes licenças de trabalho e quarentenas têm afetado duramente as sociedades

Redação Jornal de Brasília

02/01/2022 16h07

Foto: Spencer Platt/AFP

Diante do avanço da variante ômicron do coronavírus, que acelerou os contágios, cada vez mais governos em todo o mundo estão flexibilizando as regras de isolamento para os contagiados e seus contatos para evitar a paralisia econômica.

O alto grau de contágio da ômicron e as consequentes licenças de trabalho e quarentenas têm afetado duramente as sociedades, ainda que a aceleração das infecções não seja acompanhada, por enquanto, pelo aumento da mortalidade.

A Europa, atual epicentro da pandemia, enfrenta níveis sem precedentes de infecções: mais de 4,9 milhões de casos registrados nos últimos sete dias, 59% a mais que na semana anterior, de acordo com uma contagem da AFP no sábado.

Na América Latina, o Equador anunciou no sábado que encerrou o último mês de 2021 com 24.287 infecções, mais que o dobro das registradas em novembro (9.513) e o triplo das registradas em outubro (7.556).

Enquanto isso, a França, com mais de um milhão de casos detectados nos últimos sete dias, anunciou neste domingo um relaxamento das regras de isolamento para pessoas infectadas e seus contatos como forma de preservar a vida socioeconômica do país.

Pelas regras que entram em vigor na segunda-feira, as pessoas que testarem positivo e estiverem com o esquema vacinal completo terão que se isolar por sete dias em vez de dez, e podem reduzir o período a cinco dias se apresentarem resultado negativo em um teste subsequente.

Aqueles que estiveram em contato com essas pessoas não vão precisar entrar em quarentena se tiverem o esquema de vacinação completo.

A mudança da regra deve garantir “o controle das infecções enquanto se preserva a vida socioeconômica”, explicou o ministério da Saúde francês em um comunicado.

“Conviver com o vírus”

No Reino Unido, com infecções recordes, o secretário de Saúde Sajid Javid disse que não haverá novas restrições, exceto como “um último recurso absoluto”.

Pouco antes do Natal, o governo britânico havia reduzido de dez para sete os dias de isolamento para pessoas vacinadas que contraíram o coronavírus.

“Limitar nossa liberdade deve ser o último recurso absoluto e os britânicos esperam que façamos tudo o que pudermos para evitá-lo”, escreveu Javid em um artigo no Daily Mail.

Ele acrescentou que “estou determinado a dar a nós mesmos a melhor oportunidade de conviver com o vírus”.

O ministério da Saúde britânico é responsável pela política de saúde na Inglaterra, não no restante do Reino Unido, que adotou novas medidas restritivas contra a variante ômicron.

Por sua vez, a autoridade sanitária suíça decidiu na sexta-feira que os cantões podem reduzir a quarentena para pessoas que tiveram contato com alguém infectado de dez para sete dias.

O medo da desestabilização econômica levou a Espanha a decidir na última quarta-feira reduzir o isolamento das pessoas infectadas com a covid-19 para sete dias, em vez de dez, para equilibrar a saúde pública e o crescimento econômico, segundo o presidente do governo, Pedro Sanchez.

No mesmo dia, a Argentina tomou uma decisão semelhante para tentar minimizar o impacto econômico de um surto recorde de infecções. Portugal fez isso na sexta-feira.

A Holanda, ao contrário, decidiu endurecer as restrições com um novo confinamento uma semana antes do Natal. Neste domingo, milhares de pessoas protestaram em Amsterdã contra as medidas e houve vários feridos leves durante confrontos, segundo a emissora de TV pública NOS.

Os contágios também afetaram o mundo esportivo, que na Inglaterra levaram ao adiamento de vários jogos da Premier League.

Neste domingo, o PSG informou que seu astro argentino, Lionel Messi, tinha testado positivo na véspera da partida eliminatória pela final da Copa da França contra o Vannes.

O ex-jogador brasileiro Ronaldo Fenômeno também testou positivo, o que o obrigou a cancelar sua participação nas comemorações dos 101 anos de sua primeira equipe, o Cruzeiro, informou o clube neste domingo.

Otimismo

A África do Sul considera já ter superado o pico da onda ômicron e suspendeu o toque de recolher noturno em vigor há 21 meses em 31 de dezembro.

“Procuramos um equilíbrio entre a vida das pessoas, o seu sustento e o objetivo de salvar vidas”, explicou o ministro da Presidência, Mondli Gungubele.

Para Anthony Fauci, assessor da Casa Branca no combate à pandemia, a experiência da África do Sul traz esperança.

Os Estados Unidos registram “um aumento quase vertical” dos casos de covid-19, disse Fauci à rede ABC neste domingo.

No entanto, o assessor da Casa Branca lembrou que a experiência sul-africana, que alcançou rapidamente o pico para depois diminuir com a mesma rapidez, trazia esperança.

Os Estados Unidos registraram mais de 440.000 novos casos de covid-19 na sexta-feira, e assim como outros países do mundo, tenta encontrar um equilíbrio para proteger a saúde pública sem afetar os serviços essenciais.

Neste domingo, dia de retorno das festas de fim de ano, mais de 2.000 voos foram cancelados no país devido à falta de pessoal.

Para limitar ausências e evitar este tipo de situação, a duração das quarentenas recomendadas foi reduzida de dez para cinco dias para pessoas que contraíram covid-19, desde que não apresentem sintomas.

Agence France-Presse

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