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Saúde

ONG oferece exame de detecção de câncer mamário a mulheres em situação de vulnerabilidade

“Mulheres Amigas” atenderá mulheres acima de 40 anos, em uma carreta estacionada na rodoviária do Plano Piloto

Mayra Dias

21/09/2021 17h21

Com a campanha do Outubro Rosa, que trata do câncer de mama, se aproximando, ações que visam trabalhar o tema começam a surgir. É o caso da “Mulheres Amigas” que, entre os dias 21 e 25 de setembro estarão em uma carreta estacionada na Rodoviária do Plano Piloto atendendo mulheres em situação de vulnerabilidade social. A ação, que ocorre em parceria com a ONG Américas Amigas, marca o início da segunda fase da campanha Mamografia no SUS a partir dos 40 anos, promovida pela Pfizer.

Considerada a doença mais comum entre as mulheres brasileiras, depois do de pele não melanoma, o câncer de mama é o tipo da doença mais comum entre as mulheres, correspondendo a 25% dos casos novos, a cada ano. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), historicamente, o Distrito Federal era, até o ano de 2019, a quarta unidade da Federação em novos casos de câncer de mama, apresentando aproximadamente mil novos casos por ano.

Para 2021, essa estimativa é de 66.280. “O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando menos de 1% do total de casos da doença. Sua incidência, nas mulheres, cresce a partir dos 35 anos de idade, especialmente após os 50”, esclarece Márcio Almeida, médico oncologista da Oncoclínicas Brasília e Hospital Anchieta. Estima-se que somente 10% dos casos aconteçam antes dos 40 anos.

De modo a ajudar a diminuir esses números, a “Mulheres Amigas” atuará oportunizando mulheres vulneráveis com idade a partir de 40, a realizar, de forma gratuita, exames gratuitos de detecção do câncer de mama, das 8h às 18h horas, na plataforma F do setor Leste, térreo da rodoviária. De acordo com Márcio, o exame é extremamente importante, ao passo que permite identificar melhor as lesões mamárias em mulheres após a menopausa. “Antes desse período, as mamas são mais densas e a sensibilidade da mamografia é reduzida, gerando maior número de resultados falso-negativos e falsos-positivos, o que gera exposição desnecessária à radiação e a necessidade de realização de mais exames”, pontua o especialista.

A doença

O câncer de mama ocorre pela multiplicação desordenada de células da mama, causando tumor. Como há vários tipos de câncer de mama, a doença poderá se desenvolver de diferentes formas, a depender das características do edema. “O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos”, explica o oncologista. No entanto, outros sintomas como edema cutâneo (na pele), semelhante à casca de laranja, retração cutânea, dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo e secreção papilar, especialmente unilateral e espontânea, também podem se manifestar.

“A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila”, completa. Esses sinais e sintomas, contudo, devem sempre ser investigados, e podem estar relacionados a doenças benignas da mama. Conforme salienta o profissional do Anchieta, a postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas, que significa conhecer o que é normal em seu corpo e quais as alterações consideradas suspeitas de câncer de mama, é fundamental para a detecção precoce dessa doença. O diagnóstico, por sua vez, é feito através do exame clínico das mamas e exames de imagem, como mamografia, podem ser recomendados, assim como a ultrassonografia ou ressonância magnética.

“A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da biópsia, técnica, que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções [extração por agulha] ou de uma pequena cirurgia”, expõe o doutor. O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.

Além da idade avançada, o médico indica outros fatores de risco que também podem estar associados ao acometimento da enfermidade. São situações como obesidade e sobrepeso após a menopausa, sedentarismo e inatividade física, consumo de bebida alcoólica, exposição excessiva à radiação ionizante, primeira menstruação antes dos 12 anos de idade, primeira gestação após os 30 anos, menopausa após os 55, não ter tido filho, uso de contraceptivos hormonais, reposição hormonal, principalmente por mais de cinco anos, histórico familiar e algumas variantes genéticas, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.

O tratamento do câncer de mama, irá depender da fase em que a doença se encontra (estadiamento) e do tipo do tumor. “Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica”, acrescenta Márcio. O médico ressalta ainda que, quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. “No caso de a doença já possuir metástases [quando o câncer se espalhou para outros órgãos], o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida”, finaliza.

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