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Saúde

OMS pede informações à China sobre aumento de doenças respiratórias

A região norte da China registra um aumento das “doenças semelhantes à gripe” desde meados de outubro na comparação com o mesmo período dos três anos anteriores

Redação Jornal de Brasília

23/11/2023 7h31

Foto: Jade Gao / AFP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) solicitou informações adicionais à China sobre o aumento de doenças respiratórias no norte do país, um pedido que Pequim não comentou publicamente até o momento.

A região norte da China registra um aumento das “doenças semelhantes à gripe” desde meados de outubro na comparação com o mesmo período dos três anos anteriores, afirmou a OMS.

“A OMS encaminhou um pedido oficial à China para obter informações detalhadas sobre o aumento de doenças respiratórias e de surtos de pneumonia em crianças”, afirma um comunicado da organização internacional publicado na rede social X.

A OMS não informou qual foi a resposta da China ao pedido.

A Comissão Nacional de Saúde não respondeu ao pedido de informações apresentado pela AFP nesta quinta-feira. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmou que os jornalistas devem procurar “as autoridades competentes chinesas”.

A Comissão Nacional de Saúde anunciou à imprensa na semana passada que o aumento dos casos de doenças respiratórias era consequência da suspensão das restrições anticovid e da circulação de agentes patógenos conhecidos.

A capital chinesa, no norte do país, enfrenta uma onda de frio. A previsão para sexta-feira é de temperatura abaixo de zero.

As temperaturas caíram quando Pequim “entrou na temporada de alta incidência de doenças respiratórias infecciosas”, afirmou o vice-diretor e epidemiologista do centro de prevenção de doenças de Pequim, Wang Quanyi, à imprensa estatal.

Pequim “mostra atualmente uma tendência de coexistência de múltiplos patógenos”, disse.

É inverno

No Hospital do Instituto de Pediatria de Pequim, correspondentes da AFP observaram muitos pais com seus filhos na sala de espera.

Uma mulher, que revelou apenas o sobrenome Zhang, acompanhava o filho de nove anos que, segundo ela, está com pneumonia. “Muitas crianças ficaram doentes recentemente”, declarou.

Li Meiling, 42 anos, disse que a filha de oito anos sofre pneumonia por micoplasma, um patógeno que causa dor de garganta, fadiga e febre.

A mãe, no entanto, disse que não está “muito preocupada” com o alerta da OMS. “É inverno. É normal que aconteçam mais casos de doenças respiratórias”, afirmou.

No dia 21 de novembro, a imprensa e o sistema público de vigilância de doenças ProMED relataram focos de pneumonia não diagnosticada em crianças no norte da China.

A OMS pediu “informações epidemiológicas e clínicas suplementares, assim como resultados de laboratório dos surtos detectados em crianças”.

Também solicitou “informações complementares sobre as tendências recentes de circulação de agentes patógenos conhecidos, especialmente a gripe, o SARS-CoV-2 (o vírus da covid-19), o VRS que afeta bebês e da (bactéria) mycoplasma pneumoniae, assim como o nível de ocupação do sistema de saúde”, acrescenta o comunicado.

A organização recomendou que a população adote medidas de proteção similares às aplicadas durante a pandemia de covid-19: vacinação, manter distância das pessoas doentes, ficar em casa em caso de sintomas, fazer testes e usar máscara se necessário, além de manter os locais bem ventilados e lavar as mãos.

Durante a pandemia de covid-19, cujos primeiros casos foram detectados na China no final de 2019, a OMS criticou Pequim em muitas ocasiões por falta de transparência e cooperação.

A organização internacional e alguns países também denunciaram a falta de cooperação da China na investigação para determinar as origens da pandemia, que ainda não chegou a conclusões definitivas.

© Agence France-Presse

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