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Saúde

Homem morre durante exame de ressonância magnética em Santos (SP)

Serviço de verificação de óbito aponta ‘morte suspeita’ após análise do corpo de Fábio Mocci, 42, que teve parada cardiorrespiratória; representantes da clínica não foram localizados

Redação Jornal de Brasília

26/10/2024 17h52

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Sabrina Altenburg Penna com o marido Fábio Mocci Rodrigues Jardim, que morreu durante exame de ressonância magnética em Santos (SP) – Arquivo pessoal

GABRIELA GASEFF
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Um homem de 42 anos morreu durante exame de ressonância magnética do crânio em uma clínica particular em Santos (SP), na tarde de terça-feira (22). Ele teria tido dificuldade respiratória, seguida de parada cardiorrespiratória, de acordo com relato da médica que o atendeu na unidade.O caso configura “morte suspeita”, segundo laudo do serviço de verificação de óbito do Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim).

A viúva de Fábio Mocci Rodrigues Jardim, 42, disse à Folha que quer respostas sobre o atendimento oferecido pela clínica durante o procedimento. “Não sei se ele morreu na hora, quais foram os primeiros socorros. Estou arrasada”, afirma Sabrina Altenburg Penna, 44.

O administrador chegou à clínica Mult Imagem da Vila Matias, em Santos, para o exame agendado para o meio-dia. Foram atendidos às 14h. “Ele vivia sonolento, chegou a dormir na sala de espera, por isso estávamos investigando”, diz Altenburg.

No prontuário de Mocci foi assinalado que ele nunca havia sido submetido à ressonância e que sofria de refluxo e pressão alta, ainda que controlada. Assinalaram também as alergias a dipirona, iodo e crustáceos.

Assim que o marido entrou para a sala de exame, a empresária desceu para almoçar. Retornou “em menos de 30 minutos”.

“Perguntei para a moça se estava tudo bem e ela disse que sim, que ele estava agitado, mas normal”, afirma Altenburg, que sentou-se em uma cadeira próxima à sala do procedimento.

Às 15h, ela observou uma movimentação incomum de pessoas entrando e saindo da sala. “Uma moça me disse que ele passou mal, mas estavam resolvendo”, afirma ela, orientada a aguardar.

Quarenta minutos depois, segundo a empresária, dois paramédicos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegaram ao local e abriram a porta da sala.

“Vi ele deitado e um profissional de saúde fazendo massagem com a mão. Os socorristas entraram, colocaram ele mais para baixo, rasgaram sua blusa e começaram a agir. Alguém fechou a porta e logo depois a médica saiu dizendo que meu marido tinha vindo a óbito por infarto fulminante”, conta ela.

O corpo de Fábio Mocci foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para necrópsia “por exposição a outras drogas, medicamentos e substâncias biológicas”, diz o laudo do Cejam.

O documento aponta ainda que ele recebeu uma dose de 15 mg de Midazolam, medicamento indutor do sono e, em seguida, teve uma parada cardiorrespiratória. O IML deu prazo de 90 dias para conclusão da perícia.

“Não posso acusar ninguém, só quero respostas. Entrei com meu marido bem e saí com um papel na mão”, diz a viúva, que consola as filhas de 6 e 14 anos.

“Ninguém da clínica me procurou. Só os familiares mesmo que estão ajudando a lidar com isso tudo. Ontem mesmo minha filha quis ligar para o pai.”

A reportagem tentou contato com a Mult Imagem por telefone, Whatsapp e email e não obteve retorno até o momento da publicação desta reportagem.

A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo informou, em nota, que o caso está sob investigação no 2° Distrito Policial de Santos. “Foi solicitado exame ao Instituto Médico Legal (IML). O laudo está em andamento e, assim que finalizado, será analisado pela autoridade policial, que segue realizando demais diligências visando o esclarecimento dos fatos.”

A Prefeitura de Santos informou que o Samu foi acionado para a ocorrência por volta de 15h. “Porém, ao chegar no local, o paciente já estava sendo atendido por um médico da clínica”, diz a nota.

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