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Saúde

Estudo aponta que mulheres têm maior propensão genética à depressão

A ciência já sabia que a depressão é mais comum em mulheres, mas suas causas biológicas ainda são, em grande parte, um mistério.

Redação Jornal de Brasília

07/10/2025 23h39

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Mulheres têm um risco genético de desenvolver depressão clínica maior do que homens, segundo um estudo realizado por pesquisadores australianos e publicado nesta quarta-feira (8, data local), que pode mudar a forma como o transtorno é tratado.

Apresentado como um dos maiores estudos do tipo já realizados, cientistas analisaram o DNA de quase 200 mil pessoas com depressão para identificar “sinais” genéticos em comum.

De acordo com o projeto liderado pelo Instituto de Pesquisa Médica Berghofer, da Austrália, as mulheres apresentaram quase o dobro desses marcadores genéticos ligados à depressão em comparação aos homens.

“O fator genético da depressão é maior em mulheres que em homens”, afirmou a pesquisadora Jodi Thomas.

“Compreender os fatores genéticos compartilhados e únicos em homens e mulheres nos dá uma visão mais clara sobre o que causa a depressão, e abre caminho para tratamentos mais personalizados.”

A ciência já sabia que a depressão é mais comum em mulheres, mas suas causas biológicas ainda são, em grande parte, um mistério.

Os pesquisadores identificaram cerca de 13 mil marcadores genéticos associados à depressão em mulheres, enquanto nos homens esse número chega a 7 mil.

Algumas dessas alterações genéticas podem modificar vias biológicas relacionadas ao metabolismo ou à produção de hormônios.

“Encontramos algumas diferenças genéticas que podem ajudar a explicar por que mulheres com depressão frequentemente apresentam sintomas metabólicos, como mudanças de peso ou variações nos níveis de energia”, disse Thomas.

A pesquisadora Brittany Mitchell afirmou que as descobertas podem levar a mudanças na forma como a depressão é tratada em mulheres.

“Até agora, não havia pesquisas consistentes que explicassem por que a depressão afeta mulheres e homens de maneira diferente, incluindo o possível papel da genética”, afirmou.

“Cada vez mais surgem relatos mostrando que muitos dos medicamentos atualmente desenvolvidos, e as pesquisas que temos até hoje, se concentraram principalmente em homens ou em participantes do sexo masculino.”

A depressão clínica, ou transtorno depressivo maior, é um dos transtornos mentais mais comuns do mundo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas em todo o planeta sofrem de depressão.

O estudo foi publicado na revista científica revisada por pares Nature Communications.

© Agence France-Presse

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