Há mais de um ano as academias fazem parte do nicho que constantemente são fechadas em decorrência da covid-19. Com isso, especialistas passaram a recomendar a prática de exercícios físicos em casa, como uma forma de se manter saudável. Porém, essa ideia esbarra em um problema: o risco de lesões e até morte.
Para o ortopedista e especialista em lesões ortopédicas esportivas, Dr. Michal Kossobudzki, o maior risco está na prática de atividades sem o acompanhamento de um profissional especializado. ”O recomendado é que a atividade seja sempre orientada por profissionais capacitados para evitar lesões e traumas que, facilmente, podem ser agravados, levando o caso para um procedimento cirúrgico.”
O educador físico Agaist Lucena, além de reforçar a fala do médico, ainda critica a disseminação de vídeos de exercícios pela internet e alerta para outro riscos, como o óbto. “Imaginemos uma pessoa que, em repouso, tenha a pressão arterial 150. Sendo que o normal é 120 por 80. E aí ela vê um vídeo na internet de uma pessoa fazendo um exercício para “queima de gordura rápida” e ela faz exercícios que demandam mais do que o coração dela aguenta. Se ela bater o pico que ela não pode chegar por conta de pressão, existe um risco de morte.”
Agaist ainda explica que, ao se ter acompanhamento profissional, é possível se criar o melhor caminho para cada individualidade. “O ideal, para este momento, é um acompanhamento online, onde, por vídeo, a pessoa vai fazendo teste de execução dos exercícios para que o profissional possa estimar o que é melhor para cada pessoa.”
Outro motivo de preocupação é o risco de uma possível internação ou até mesmo cirurgia em hospitais que já estão lotados por infectados com a covid. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal, por exemplo, chegou a suspender temporariamente todas as cirurgias eletivas, exceto procedimentos cardiovasculares, oncológicos e transplantes. “Muitos pacientes ficam entre a cruz e a espada, na dúvida se enfrentam o risco da internação ou o desconforto causado por dores e desgastes físicos”, conclui o Dr. Kossobudzki.