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Saúde

Especialista aponta a importância da terapia para lidar com os desafios da Saúde Mental

Jornal de Brasília

08/09/2023 0h01

Especialista Guilherme Bernardino | Imagem: @chellefotografa

Guilherme Bernardino, Psicanalista, especialista em saúde mental e desenvolvimento humano, enfatiza como a terapia pode fortalecer os indivíduos e trazer mais qualidade de vida

A saúde mental é uma preocupação crescente em todo o mundo, à medida que as pressões da vida moderna e os desafios emocionais se tornam cada vez mais evidentes. Nesse cenário, a terapia emerge como uma ferramenta fundamental para lidar com essas questões complexas.

O especialista Guilherme Bernardino, Psicanalista, Acadêmico e Conselheiro de Saúde eleito em Americana, aponta que a busca por ajuda terapêutica desempenha um papel crucial na promoção do bem-estar emocional e no enfrentamento dos obstáculos que afetam a saúde mental.


Pois, recentemente, é possível testemunhar um alarmante retrocesso nas políticas públicas de saúde mental no país. Essa regressão se manifesta em investimentos insuficientes e tentativas de ressuscitar estratégias que já haviam sido combatidas desde a luta antimanicomial.

Entre essas medidas preocupantes, destaca-se a reintrodução de hospitais psiquiátricos e métodos de tratamento aversivos, práticas que violam os direitos humanos e vão contra os avanços conquistados nessa área.

Os desafios que se apresentam são inúmeros. Primeiramente, é fundamental que haja uma luta contínua por políticas públicas mais assertivas e programas governamentais eficazes. Além disso, é crucial combater os estigmas que persistem em nossa sociedade em relação à essa área da saúde..

Já que esses estigmas muitas vezes se dão por falta de informação por parte de quem precisa e da rede de apoio dessas pessoas, como familiares, amigos e parceiros.

De acordo com o especialista “A batalha contra os estigmas em relação à saúde mental requer ação em várias frentes. Isso inclui um posicionamento mais determinado por parte dos profissionais da área, que devem demonstrar resultados efetivos em seus tratamentos”.

É essencial também possibilitar que as pessoas que sofrem com esses problemas tenham contato com a sociedade em geral, reduzindo o isolamento social. 

Programas educacionais, que atuam desde as escolas até as instituições de trabalho, tanto públicas quanto privadas, desempenham um papel fundamental na sensibilização da sociedade. Eles visam conscientizar as pessoas sobre o sofrimento mental, tratando os indivíduos com o respeito e a dignidade que todos merecem.

Sinais de Alerta e Apoio

“O suicídio não é um ato planejado da noite para o dia; geralmente, existem sinais de alerta ao longo do tempo. É crucial reconhecer esses sinais, especialmente para familiares e pessoas próximas. Alguns desses sinais incluem verbalizações como “vou me matar” ou “quero morrer”, bem como mudanças comportamentais, como o isolamento social e a preponderância de conversas sobre morte e suicídio”. Diz Guilherme Bernardino.

Por isso é vital que aqueles que buscam ajuda estejam cientes das redes de apoio disponíveis.Como a linha telefônica 188, um serviço de prevenção ao suicídio que opera 24 horas por dia, sete dias por semana.

Essa linha de emergência oferece um canal de comunicação confidencial e imediato para pessoas que estão em crise ou precisam conversar com alguém sobre seus problemas.

Saber que há um recurso acessível a qualquer momento pode ser reconfortante tanto para a pessoa que precisa de ajuda quanto para aqueles que desejam oferecê-la.

Entretanto, é fundamental lembrar que o simples ato de escutar e oferecer apoio emocional não substitui o acompanhamento profissional quando necessário. Se alguém está enfrentando uma crise grave de saúde mental ou apresenta riscos iminentes, é essencial buscar ajuda de um profissional qualificado.

Profissionais como o próprio Guilherme Bernardino têm a experiência e as habilidades necessárias para fornecer o tratamento adequado e criar um plano de cuidados personalizado.

Portanto, a escuta atenta e o conhecimento das redes de apoio são passos cruciais na jornada de apoio à essas pessoas que lidam com esse problema diariamente.

Ao proporcionar um ambiente seguro e solidário, juntamente com o acesso a recursos profissionais quando necessário, podemos contribuir significativamente para o bem-estar emocional e a recuperação das pessoas que enfrentam desafios como esse todos os dias.

Setembro Amarelo: Conscientização sobre o Suicídio

E muito se fala sobre a saúde mental, mas no mês de setembro as pessoas tendem a voltar mais sua atenção para esses problemas, já que a campanha “Setembro Amarelo” ganha força nas redes sociais e até mesmo na mídia tradicional.

O mês de setembro é dedicado à conscientização sobre o suicídio por meio do chamado “Setembro Amarelo”. O suicídio é um problema de saúde pública que afeta não apenas o indivíduo e sua família, mas toda a comunidade. 

É uma tragédia que pode ser prevenida. O objetivo desta campanha é criar uma mentalidade que reconheça o suicídio como um problema que pode e deve ser evitado durante todo o ano.

“É fundamental capacitar as pessoas para reconhecerem os sinais de alerta em seus entes queridos, identificando quando eles precisam de ajuda. Todos devem estar dispostos a ouvir, buscar ajuda profissional quando necessário e agir com compaixão e empatia” Ressalta o especialista.

Guilherme reforça a importância das pessoas buscarem realizar um acompanhamento com profissionais especializados em saúde mental.

“A terapia desempenha um papel fundamental na abordagem de problemas emocionais e comportamentais associados ao conflito interno. Ela oferece um espaço seguro onde os indivíduos podem expressar seus sentimentos e serem auxiliados por profissionais qualificados. Além disso, a terapia pode ser complementada com tratamentos psiquiátricos, incluindo medicamentos, quando necessário” diz o Psicanalista.

Ações para Melhorar a Saúde Mental na Comunidade

Outro ponto muito importante que Bernardino faz questão de deixar claro é a necessidade da comunidade como um todo buscar informações corretas e ficar atenta a sinais de pessoas que podem estar passando por momentos delicados e necessitam de um cuidado profissional.

Além disso, segundo Bernardino, buscar uma melhora nas comunidades requer uma abordagem multifacetada. Isso significa criar ambientes que promovam a interação social, como espaços de convivência e atividades recreativas, que estimulam a participação das pessoas.

“Melhorar a saúde mental das nossas comunidades requer ações em múltiplas frentes. Isso inclui a criação de espaços de convivência, atividades recreativas e programas educacionais que abordem questões relacionadas à essa questão em ambientes como escolas, locais de trabalho e instituições públicas e privadas.”

É importante enfatizar que cada pequena ação, por mais simples que possa parecer, pode fazer uma diferença significativa na qualidade de vida das pessoas. 

Ações como oferecer um ombro amigo para alguém que está enfrentando dificuldades emocionais, ou promover a conscientização sobre a importância da terapia e acompanhamento psicológico em sua comunidade, podem ter um impacto profundo na vida daqueles que precisam de apoio.

Ao combater os estigmas associados aos tratamento terapêutico e promover um ambiente de compreensão e aceitação, a sociedade como um todo contribui para que mais pessoas tenham acesso à ajuda necessária para lidar com seus problemas internos.

Com um esforço coletivo contínuo, todos podem construir comunidades mais saudáveis, onde o bem-estar mental seja uma prioridade para cada indivíduo.

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